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Principais Tipos de Micotoxinas e Seus Perigos: Uma Análise Comparativa

  • LAB2BIO
  • 8 de ago. de 2024
  • 5 min de leitura

1. Introdução

As micotoxinas, metabólitos secundários produzidos por fungos como Aspergillus, Fusarium e Penicillium, representam um desafio crítico à saúde global e à segurança alimentar.


Entre as mais estudadas estão aflatoxinas, ocratoxina A (OTA), zearalenona (ZEN), desoxinivalenol (DON) e patulina (PAT).


Tais compostos podem contaminar culturas alimentares nos estágios de cultivo, estocagem e processamento, ameaçando tanto a saúde humana como animal.


A magnitude do problema se evidencia por sua associação com doenças graves — desde hepatotoxicidade, câncer hepático até imunossupressão.


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São especialmente preocupantes em instituições acadêmicas, órgãos regulatórios e setores agroindustriais, fundamentais na detecção, prevenção e controle desses riscos.


Este artigo pretende abordar, de forma profundada: a evolução histórica e fundamentos teóricos das principais micotoxinas; o impacto científico e aplicações práticas; os métodos analíticos empregados — incluindo HPLC, LC‑MS/MS, ELISA e protocolos normativos como AOAC, ISO e RDC/ANVISA; tendências e inovações tecnológicas; e, por fim, recomendações futuras com foco em segurança alimentar e pesquisa aplicada.

2. Contexto Histórico e Fundamentos Teóricos 

A descoberta das aflatoxinas em 1960, após uma mortalidade massiva de aves contaminadas com amendoim no Reino Unido, marcou o início da atenção global sobre micotoxinas.


Estas toxinas, especialmente a aflatoxina B₁, foram rapidamente associadas ao carcinoma hepatocelular humano, tornando-se foco de intensa pesquisa.


Regulamentações evoluíram paulatinamente: no Brasil, a RDC nº 7/2011 da ANVISA estabelece limites máximos tolerados (LMT) para aflatoxinas, OTA, DON, ZEN e patulina, aplicados a diversos alimentos e matérias-primas.


Essa regulamentação passou por revisões, como a RDC 138/2017, que atualizou os valores conforme categorias alimentares (grãos, derivados etc).


Na esfera europeia, o Regulamento (UE) 2023/915 definiu níveis máximos de várias micotoxinas (aflatoxinas, OTA, DON, ZEN, fumonisinas, patulina), em conjunto com o Regulamento (UE) 2024/1022, que ajustou os limites de DON para alimentos infantis.


O regime europeu visa manter contaminantes "tão baixos quanto razoavelmente possível" (princípio ALARA), reforçando práticas agrícolas e industriais rigorosas.


Tecnicamente, micotoxinas diferem em estrutura química (tipicamente cíclicas) e modo de ação toxicológico.


Por exemplo, OTA é nefrotóxica e carcinogênica; ZEN tem efeitos estrogênicos, mutagênicos e teratogênicos; DON causa toxicidade gastrointestinal aguda; e patulina afeta especialmente produtos derivados de maçã.

3. Importância Científica e Aplicações Práticas

A presença de micotoxinas impacta fortemente a segurança alimentar global e as cadeias de produção agroindústriais. A aflatoxina B₁, por ser altamente carcinogênica, impõe risco elevado em populações com dietas baseadas em milho, amendoim ou grãos mal armazenados.


No setor alimentício, essas toxinas elevam custos com análise, recall e controle de qualidade. O mercado europeu e Mercosul monitoram rigorosamente produtos infantis, fórmulas lácteas e cereais, impondo limites baixos (ex: 1 µg/kg para aflatoxinas em alimentos infantis no Brasil, segundo ANVISA).


No campo regulatório, instituições como ANVISA e EFSA utilizam dados de epidemiologia – mortes por câncer hepático, surtos de intoxicação e prejuízos econômicos – para justificar restrições rigorosas.


Um estudo da OMS-Codex menciona que os níveis de aflatoxinas em nozes e leite variam entre 0,5 µg/kg a 15 µg/kg, com a patulina limitada a 50 µg/L em suco de maçã.


Já na União Europeia, para patulina os limites são 10 µg/kg em produtos sólidos para bebês, 25 µg/kg em produtos de consumo direto, e até 50 µg/kg em sucos.


Na indústria farmacêutica e cosmética, grãos contaminados podem comprometer matérias‑primas, exigindo triagem rigorosa e certificações (ex: GAP, GMP, GSP).


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Além disso, a pesquisa acadêmica frequentemente recorre a casos de contaminação, como recall de alimentos infantis ou falhas na armazenagem, para ilustrar a importância do monitoramento e das boas práticas.

4. Metodologias de Análise

A detecção de micotoxinas exige técnicas sensíveis e eficientes. Entre os métodos empregados estão:


  • HPLC e LC‑MS/MS, para quantificação precisa de compostos como aflatoxinas, DON, ZEN e patulina.

  • ELISA, útil para triagem rápida em larga escala.

  • Cromatografia em camada fina (TLC), espectrofotometria de massa e outras abordagens complementares.


Normas técnicas como AOAC, ISO e ABNT, além dos critérios de desempenho do Codex Alimentarius, garantem confiabilidade nos resultados.


No Brasil, a RDC 7/2011 estabelece que os limites máximos tolerados devem refletir valores obtidos por métodos que atendam aos critérios do Codex.


Esses métodos, embora robustos, têm limitações: custo elevado (equipamentos e insumos), necessidade de pessoal especializado e tempo de análise.

5. Considerações Finais e Perspectivas Futuras

A vigilância contínua sobre micotoxinas permanece imperativa para a saúde pública, a economia agrícola e a pesquisa científica. A combinação de regulamentação rigorosa (ANVISA, UE, Codex), métodos analíticos avançados e inovações tecnológicas é fundamental.


Sugestões para avanços incluem:

  • Fortalecimento das redes nacionais de monitoramento, com triagem rápida e amostragem representativa.

  • Desenvolvimento de protocolos de mitigação em campo (biocontroladores, melhor secagem e armazenagem).

  • Harmonização regulatória internacional para facilitar comércio seguro.

  • Formação acadêmica e treinamento técnico em métodos analíticos avançados.


Em resumo, o enfrentamento eficaz das micotoxinas exige ação colaborativa entre academia, setor privado e órgãos reguladores — com ênfase em prevenção, tecnologia e educação.

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FAQ – Principais Tipos de Micotoxinas e Seus Perigos


1. O que são micotoxinas?

Micotoxinas são compostos tóxicos produzidos como metabólitos secundários por fungos filamentosos, especialmente dos gêneros Aspergillus, Penicillium e Fusarium. Esses contaminantes podem estar presentes em grãos, frutas, oleaginosas, café, especiarias e outros produtos alimentícios.


2. Quais são as principais micotoxinas estudadas?

As mais relevantes para a saúde pública e a regulamentação internacional são:

  • Aflatoxinas (B₁, B₂, G₁, G₂ e M₁)

  • Ocratoxina A (OTA)

  • Zearalenona (ZEN)

  • Desoxinivalenol (DON)

  • Patulina (PAT)


3. Quais os riscos para a saúde humana?

Dependendo do tipo e da dose, as micotoxinas podem causar:

  • Câncer hepático (aflatoxina B₁ é classificada como carcinógeno do Grupo 1 pela IARC)

  • Doenças renais crônicas (OTA)

  • Imunossupressão (aflatoxinas e OTA)

  • Alterações hormonais e reprodutivas (ZEN)

  • Distúrbios gastrointestinais agudos (DON)

  • Toxicidade neurológica (patulina em altas doses)


4. Quais os limites máximos permitidos pela ANVISA?

Exemplos segundo a RDC nº 7/2011 (com alterações posteriores):

  • Aflatoxinas totais: até 10 µg/kg em alimentos prontos para consumo; até 1 µg/kg em fórmulas infantis.

  • Ocratoxina A: até 10 µg/kg em café torrado e 5 µg/kg em café solúvel.

  • Zearalenona: até 200 µg/kg em milho e derivados.

  • Desoxinivalenol: até 750 µg/kg em trigo.

  • Patulina: até 50 µg/kg em sucos e derivados de maçã.


5. E quais os limites na União Europeia?

O Regulamento (UE) 2023/915 estabelece valores ainda mais restritivos em alguns casos:

  • Aflatoxina B₁: até 2 µg/kg em cereais destinados ao consumo direto.

  • Ocratoxina A: até 3 µg/kg em cereais processados.

  • Zearalenona: até 100 µg/kg em cereais infantis.

  • DON: até 200 µg/kg em alimentos para lactentes.

  • Patulina: até 10 µg/kg em alimentos infantis.


6. Como as micotoxinas são detectadas?

Os métodos mais comuns incluem:

  • HPLC (cromatografia líquida de alta eficiência)

  • LC-MS/MS (cromatografia acoplada à espectrometria de massas)

  • ELISA (ensaio imunoenzimático)

  • TLC (cromatografia em camada fina)


7. É possível eliminar micotoxinas dos alimentos?

A remoção completa é difícil. Boas práticas agrícolas, controle de umidade no armazenamento e triagem de lotes contaminados são as medidas mais eficazes. Processos térmicos comuns (cozimento, pasteurização) têm eficácia limitada, pois muitas micotoxinas são termoestáveis.


8. Quais setores mais se preocupam com micotoxinas?

  • Agroindústria (milho, trigo, arroz, amendoim, café)

  • Indústria alimentícia (produtos infantis, sucos, cereais)

  • Indústria farmacêutica e cosmética (uso de matérias-primas vegetais)

  • Instituições de pesquisa e controle de qualidade


9. Como consumidores podem reduzir o risco?

  • Comprar produtos de fornecedores confiáveis.

  • Armazenar grãos e farinhas em locais secos e ventilados.

  • Descartar alimentos com mofo visível ou odor alterado.

  • Priorizar alimentos com certificação de qualidade.

 
 
 

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