A importância da análise de água na prevenção de verminoses
- Enfermeira Natalia Balsalobre
- 27 de mar. de 2023
- 5 min de leitura
Introdução: Água, saúde pública e parasitoses
A água é um dos elementos mais essenciais à vida. No entanto, quando contaminada, ela se transforma em um dos principais veículos de transmissão de doenças infecciosas e parasitárias.
Entre essas doenças, as verminoses — causadas por diferentes tipos de parasitas intestinais — representam um importante problema de saúde pública, especialmente em regiões com saneamento básico precário e falta de controle da qualidade da água.
A análise de água é, portanto, uma ferramenta fundamental para garantir que a água destinada ao consumo humano esteja livre de microrganismos e parasitas que possam causar infecções.
Esse monitoramento, realizado por laboratórios especializados, permite identificar contaminações antes que representem um risco à população, funcionando como uma medida preventiva essencial.

O que são verminoses e como a água pode transmiti-las
As verminoses são infecções causadas por vermes parasitas, também conhecidos como helmintos.
Entre os principais agentes estão Ascaris lumbricoides (lombriga), Ancylostoma duodenale e Necator americanus (anquilostomídeos), Strongyloides stercoralis (estrongiloidíase) e Giardia lamblia, um protozoário frequentemente relacionado à contaminação de água potável.
Esses organismos podem ser transmitidos pela água de diferentes maneiras:
Contaminação fecal: Ocorre quando fezes humanas ou de animais contendo ovos ou larvas de parasitas entram em contato com fontes de água — poços, nascentes, rios ou caixas d’água sem vedação.
Falta de tratamento adequado: A ausência de filtração, cloração ou desinfecção permite que microrganismos permaneçam ativos.
Reservatórios mal higienizados: Caixas d’água e cisternas sem manutenção periódica podem acumular biofilmes e resíduos contaminantes.
Infiltração em poços: Poços próximos a fossas sépticas ou áreas agrícolas podem ser contaminados por efluentes contendo parasitas.
De forma geral, o consumo de água contaminada pode levar à ingestão direta de ovos ou cistos de parasitas, que se desenvolvem no intestino humano, causando infecções de intensidade variável.
Consequências das verminoses para a saúde pública
As verminoses afetam milhões de pessoas em todo o mundo, com maior incidência em países tropicais e subtropicais.
No Brasil, estudos apontam que mais de 10 milhões de pessoas sofrem com algum tipo de infecção parasitária intestinal, especialmente em áreas rurais ou em comunidades sem saneamento básico adequado.
Os sintomas mais comuns incluem:
Dor abdominal e diarreia persistente;
Perda de apetite e desnutrição;
Anemia ferropriva (em casos de ancilostomíase);
Fadiga crônica e comprometimento do crescimento infantil.
Além disso, as verminoses estão diretamente relacionadas à redução da qualidade de vida, queda no desempenho escolar e impactos econômicos devido ao afastamento do trabalho e ao aumento da demanda por serviços de saúde.
Esses efeitos demonstram que a prevenção é a estratégia mais eficaz e economicamente viável — e a análise de água é o primeiro passo nessa direção.
Tipos de análises de água utilizadas na prevenção de verminoses
Os laboratórios realizam diversos tipos de análises para avaliar a qualidade da água, tanto sob o ponto de vista microbiológico quanto físico-químico.
No contexto da prevenção de verminoses, as análises microbiológicas são as mais importantes.
Principais testes realizados:
Análise microbiológica
Avalia a presença de bactérias indicadoras de contaminação fecal, como Escherichia coli e coliformes totais.
Embora não sejam parasitas, sua presença sugere possível contaminação por fezes humanas ou animais, o que aumenta o risco de ovos e cistos de parasitas na água.
Pesquisa de cistos e ovos de parasitas
Utiliza técnicas de sedimentação e centrifugação para detectar ovos de helmintos (Ascaris, Ancylostoma, Trichuris) e cistos de protozoários (Giardia, Entamoeba histolytica).
Análise físico-química
Mede parâmetros como turbidez, pH, cor, amônia e nitratos, que podem indicar contaminação por matéria orgânica.
Esses indicadores ajudam a avaliar se a água oferece condições para o desenvolvimento de microrganismos.
Ensaios parasitológicos específicos
Aplicados em situações de surto ou em áreas de risco, esses testes identificam diretamente os parasitas presentes em amostras de água bruta ou tratada.
Essas análises são realizadas conforme normas técnicas da ABNT, Vigilância Sanitária e Ministério da Saúde, que definem padrões de potabilidade e frequência de monitoramento.
A importância do monitoramento contínuo da qualidade da água
A análise da água deve ser feita periodicamente, e não apenas em situações de suspeita de contaminação. Isso é especialmente importante em:
Poços artesianos e semiartesianos;
Cisternas e sistemas de captação de água de chuva;
Reservatórios comunitários;
Condomínios e escolas;
Empresas alimentícias e indústrias.
O monitoramento contínuo permite detectar variações sazonais e prevenir surtos antes que atinjam a população.
Além disso, orienta ações corretivas, como limpeza de reservatórios, ajustes no sistema de tratamento e identificação de fontes de contaminação.
Boas práticas para prevenir contaminações parasitárias na água
A prevenção envolve medidas conjuntas de higiene, educação e controle ambiental. Entre as principais recomendações estão:
Manter reservatórios sempre limpos e tampados;
Evitar proximidade entre fossas e poços;
Realizar desinfecção regular com cloro;
Garantir que a água passe por processo de filtração e cloração antes do consumo;
Evitar o descarte inadequado de fezes e lixo próximo a fontes de água;
Solicitar análises laboratoriais regulares, especialmente em áreas rurais ou com sistemas independentes.
Essas ações simples podem reduzir drasticamente a incidência de doenças parasitárias de origem hídrica.
O papel dos laboratórios na proteção da saúde pública
Os laboratórios de análises ambientais e microbiológicas desempenham papel central na prevenção de verminoses. São responsáveis por:
Coletar e processar amostras de água de diferentes origens;
Aplicar metodologias validadas por órgãos reguladores;
Emitir laudos técnicos que atestam a potabilidade da água;
Orientar empresas e comunidades sobre medidas corretivas em caso de contaminação.
Ao garantir que a água atenda aos padrões de potabilidade estabelecidos pela Portaria GM/MS nº 888/2021, os laboratórios contribuem diretamente para a promoção da saúde coletiva e para a prevenção de surtos de doenças parasitárias.

Conclusão
A análise de água é uma medida essencial na prevenção de verminoses e outras doenças de veiculação hídrica.
Ela assegura que o recurso mais vital à vida — a água — esteja livre de microrganismos patogênicos e contaminantes que possam comprometer a saúde humana.
Garantir a qualidade da água não é apenas uma responsabilidade técnica, mas também um compromisso com a saúde pública.
Por isso, realizar análises periódicas com laboratórios especializados é um investimento em segurança, bem-estar e sustentabilidade.
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FAQ - PERGUNTAS FREQUENTES
1. Com que frequência devo analisar a água do meu poço?
Recomenda-se uma análise microbiológica e físico-química pelo menos uma vez ao ano, ou sempre que houver alteração na coloração, odor ou sabor da água.
2. A fervura elimina parasitas da água?
Sim, a fervura por pelo menos 5 minutos elimina a maioria dos microrganismos, incluindo ovos e cistos de parasitas. No entanto, isso não substitui a análise laboratorial.
3. A presença de coliformes significa vermes na água?
Não necessariamente, mas indica contaminação fecal, o que aumenta o risco de ovos de parasitas. É um sinal de alerta para investigação mais detalhada.
4. A análise é obrigatória para empresas e escolas?
Sim. De acordo com normas sanitárias, instituições que fornecem água para consumo humano devem realizar análises periódicas para garantir a potabilidade.
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