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Bisglicinato de Zinco em Cápsulas: Compreendendo a Importância da Análise Laboratorial para Garantia de Qualidade, Potência e Segurança

Introdução: O Zinco Quelato e a Era dos Suplementos de Alta Biodisponibilidade


O zinco é um mineral traço fundamental para inúmeros processos bioquímicos no organismo humano, atuando como cofator para mais de 300 enzimas envolvidas no metabolismo, na síntese proteica, na função imunológica e na cicatrização.


No entanto, a sua absorção intestinal é limitada e pode ser prejudicada por fatores dietéticos.


Para contornar esta limitação, a suplementação nutricional avançou significativamente com o desenvolvimento das formas queladas, sendo o bisglicinato de zinco um dos protagonistas desta evolução.


O bisglicinato consiste na ligação de um íon de zinco a duas moléculas do aminoácido glicina.


Esta estrutura confere uma carga neutra ao composto e permite que ele utilize os transportadores intestinais de aminoácidos, resultando em uma biodisponibilidade notavelmente superior quando comparada a formas inorgânicas como o óxido ou sulfato de zinco.


Este avanço, contudo, não está isento de desafios.


A promessa de uma absorção eficiente só é válida se o produto final consumido pelo paciente contiver, de fato, a molécula intacta na dosagem declarada, livre de contaminantes e com características físico-químicas adequadas.


É neste contexto que a análise laboratorial especializada deixa de ser um mero procedimento técnico para assumir um papel central na cadeia de valor da saúde.


A verificação precisa da identidade, pureza, potência e integridade do bisglicinato de zinco em cápsulas é o pilar que sustenta a eficácia clínica esperada e a segurança do consumidor.


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O Que é o Bisglicinato de Zinco e Por Que sua Forma é Tão Importante?


Antes de adentrarmos nas análises, é imperativo compreender o objeto de estudo. O bisglicinato de zinco (frequentemente registrado como Zinc Bisglycinate ou Zinc Glycinate) é um complexo de coordenação onde o cátion zinco (Zn²⁺) se liga ao grupo carboxilato e ao grupo amino da glicina, formando uma estrutura quelada estável em forma de anel.


A chave do seu desempenho está na estabilidade deste quelato no trato gastrointestinal e na sua via de absorção.


Enquanto formas inorgânicas podem precipitar ou formar complexos insolúveis com fitatos presentes na dieta, o bisglicinato mantém-se solúvel e "mascarado", sendo reconhecido como um peptídeo pequeno.


Isso permite que ele "passe despercebido" por interações antagonistas e seja transportado ativamente através da mucosa intestinal.


Para o analista, esta característica molecular define os parâmetros de qualidade. Um bisglicinato de zinco puro e bem formado deve apresentar:


  • Estequiometria precisa: A proporção molar deve ser de 1:2 (zinco:glicina).

  • Alta pureza química: Teor mínimo de zinco elementar próximo a 20-22%, dependendo do hidrato, com baixos níveis de metais pesados (chumbo, cádmio, arsênio, mercúrio) e outros contaminantes.

  • Identidade confirmada: A espectroscopia deve comprovar a presença da ligação característica de quelato, e não uma simples mistura física de zinco e glicina.


A análise começa, portanto, com a confirmação de que a matéria-prima dentro da cápsula é genuinamente o composto quelado de alto valor biológico que se propõe a ser.



Metodologias Analíticas Avançadas: Desvendando a Composição


A garantia da qualidade e da potência do bisglicinato de zinco em cápsulas é um processo multifacetado, que requer uma bateria de técnicas instrumentais complementares. Cada método ilumina um aspecto diferente do produto.



1. Espectroscopia no Infravermelho com Transformada de Fourier (FTIR): A "Impressão Digital" Molecular


Esta é a técnica primária para confirmação de identidade. A molécula de bisglicinato absorve radiação infravermelha em frequências específicas, gerando um espectro único que funciona como sua impressão digital.


Os analistas buscam bandas de absorção características da ligação de coordenação Zn-N e da vibração do carboxilato coordenado, que diferem das bandas da glicina livre ou de outros sais de zinco.


A comparação do espectro da amostra com o de um padrão de referência certificado é o primeiro passo para autenticar o ingrediente.



2. Espectrometria de Absorção Atômica (AAS) ou Plasma Acoplado Indutivamente (ICP-OES/MS): A Quantificação Precisa do Zinco


Após confirmar o que é, é preciso medir quanto existe. Técnicas espectroscópicas atômicas como AAS ou ICP são as escolhas padrão-ouro para quantificar metais.


A amostra da cápsula é submetida a uma digestão ácida mineralizante, que destrói toda a matriz orgânica e libera o zinco em solução.


No ICP, esta solução é nebulizada em um plasma de argônio a temperaturas extremas (≥6000°C), onde os átomos são excitados e emitem luz em comprimentos de onda específicos.


A intensidade da emissão é diretamente proporcional à concentração de zinco na amostra, permitindo calcular com exatidão o teor de zinco elementar por cápsula, confrontando-o com a alegação do rótulo.



3. Cromatografia Líquida de Alta Eficiência (HPLC): Avaliando a Glicina Livre e a Integridade do Quelato


Embora o FTIR confirme a estrutura, a HPLC fornece informações cruciais sobre a estabilidade do complexo.


Um método cromatográfico pode ser desenvolvido para separar e quantificar a glicina livre (não ligada ao zinco) presente na amostra. Um teor elevado de glicina livre pode indicar:


* Degradação do bisglicinato durante o processamento ou armazenamento.

* Formulação inadequada, com adição excessiva de glicina como excipiente.

* Matéria-prima de qualidade inferior, que não foi completamente quelada.

Esta análise complementa a quantificação de zinco total, assegurando que o mineral está efetivamente na forma biodisponível desejada.



Parâmetros Críticos Além da Potência: Pureza, Uniformidade e Desempenho


A análise não se restringe à identidade e ao teor de zinco. Um produto de qualidade farmacêutica ou nutracêutica deve atender a uma série de outros requisitos rigorosos.



1. Testes de Pureza e Contaminantes


  • Metais Pesados: Talvez o teste de segurança mais crítico. Utilizando técnicas sensíveis como ICP-MS (Espectrometria de Massas com Plasma Acoplado Indutivamente), o laboratório rastreia e quantifica traços de elementos tóxicos como chumbo, cádmio, arsênio e mercúrio, que podem estar presentes como impurezas na matéria-prima mineral. Os limites são estabelecidos por farmacopeias (como a USP, Farmacopeia Brasileira ou Européia) e são extremamente baixos (na casa de ppm – partes por milhão).

  • Microbiologia: As cápsulas são testadas para contagem total de microrganismos, ausência de Salmonella spp., Escherichia coli e fungos/leveduras, garantindo que o produto não ofereça riscos microbiológicos.



2. Estudo de Uniformidade de Conteúdo


Este teste estatístico é fundamental para formulações em cápsulas. Não basta a média do lote estar correta; cada unidade individual deve conter uma dose próxima à declarada.


Um conjunto de cápsulas (geralmente 10 ou 30) é analisado individualmente para o teor de zinco.


Os resultados são avaliados por critérios estatísticos (como o "valor de aceitação" da farmacopeia) para garantir que nenhum consumidor receba uma dose significativamente sub ou superdimensionada.



3. Testes de Desintegração e Dissolução


A cápsula pode conter o ingrediente ativo correto, mas ele será inútil se não for liberado no organismo no tempo adequado.


O teste de desintegração verifica se a cápsula se desfaz em um meio simulado (ácido, como no estômago) dentro de um tempo limite.


Já o teste de dissolução, mais avançado, mede quanto do bisglicinato de zinco é dissolvido e disponibilizado para absorção em um período específico, simulando as condições gastrointestinais. É uma prova final do desempenho in vitro.



A Importância da Validação de Método e da Rastreabilidade em um Laboratório Acreditado


Realizar análises é uma coisa; garantir que os resultados são confiáveis, precisos e defensáveis é outra.


A credibilidade de um laudo analítico repousa sobre dois pilares fundamentais.


Validação de Método Analítico: Antes de qualquer rotina, o laboratório deve provar que o método que desenvolveu ou adaptou para analisar bisglicinato de zinco é adequado ao seu propósito.


Isso envolve uma série de experimentos para determinar com rigor:


  • Especificidade: Provar que o método mede apenas o bisglicinato/zinco, sem interferências de excipientes.

  • Precisão (Repetibilidade e Reprodutibilidade): Resultados consistentes quando o teste é repetido no mesmo dia ou em dias diferentes, por diferentes analistas.

  • Exatidão: A proximidade do resultado medido em relação ao valor verdadeiro (geralmente avaliada com materiais de referência certificados).

  • Linearidade e Faixa de Trabalho: Demonstração de que o método gera resposta proporcional à concentração dentro de um intervalo adequado.

  • Limites de Detecção e Quantificação: A menor quantidade que o método pode detectar ou quantificar com confiança.


Sem a validação, os dados analíticos carecem de fundamento científico sólido.


Rastreabilidade e Acreditação: Em um laboratório competente, toda amostra é rastreável desde o recebimento até a emissão do laudo.


Isso inclui controle de condições de armazenamento, uso de padrões analíticos com certificado de rastreabilidade a padrões nacionais/internacionais (ex.: NIST), calibração regular dos equipamentos e participação em ensaios de proficiência.


A acreditação por uma entidade reconhecida, como a ISO/IEC 17025, é a demonstração externa de que o laboratório opera sob um sistema de gestão da qualidade que abrange todos esses aspectos, gerando resultados tecnicamente válidos e universalmente aceitos.


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Conclusão: Da Bancada ao Consumidor - A Análise como Garantia de Confiança


A jornada do bisglicinato de zinco, da síntese química à cápsula ingerida pelo consumidor, é pontuada por etapas críticas onde a qualidade pode ser comprometida.


A análise laboratorial robusta e abrangente é o mecanismo de controle que assegura que a promessa de um suplemento de alta biodisponibilidade e segurança seja uma realidade tangível.


Para as empresas do setor farmacêutico e nutracêutico, investir nesses testes não é um custo, mas um ativo estratégico.


Protege a marca contra recalls e litígios, fortalece o relacionamento com um consumidor cada vez mais informado e, acima de tudo, cumpre o propósito ético de entregar um produto que realmente contribui para a saúde e o bem-estar.


Para o consumidor final, o conhecimento sobre a existência e a complexidade dessas análises serve como um critério valioso na escolha de suplementos.


Produtos de laboratórios idôneos, que investem em controle de qualidade e disponibilizam laudos ou certificados, oferecem uma camada adicional de transparência e confiança, elementos indispensáveis no cenário da saúde suplementar.



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FAQ (Perguntas Frequentes)


1. Qual a diferença entre o bisglicinato de zinco e outras formas de zinco (como óxido ou citrato)?

A principal diferença está na biodisponibilidade. O bisglicinato é uma forma quelada, com absorção significativamente mais eficiente e com menor probabilidade de causar desconforto gástrico. Formas como o óxido de zinco são menos absorvidas, mas podem ser utilizadas para outros fins, como em pomadas.


2. Um laudo de análise é a mesma coisa que um certificado de análise?

Geralmente, sim, os termos são usados como sinônimos. É o documento emitido pelo laboratório que contém todos os resultados dos testes realizados na amostra de um lote específico do produto, atestando sua conformidade com as especificações.


3. Por que é importante testar cada lote de produção?

As matérias-primas podem variar de fornecedor para fornecedor ou mesmo entre lotes de um mesmo fornecedor. O processo de fabricação também pode introduzir variações. A análise por lote é a única forma de garantir que a qualidade seja consistente e mantida ao longo do tempo, lote após lote.


4. Quais as consequências de consumir um suplemento com teor de zinco abaixo do declarado?

O consumidor pode não obter o benefício terapêutico ou nutricional esperado, comprometendo a manutenção da saúde ou o tratamento de uma deficiência. É um prejuízo à eficácia.


5. E se o teor estiver acima do declarado?

Pode representar um risco à segurança. O zinco, em doses excessivas e crônicas, pode causar toxicidade, levando a sintomas como náuseas, vômitos, dor abdominal, supressão da imunidade e deficiência secundária de cobre. A uniformidade de conteúdo é vital para evitar esta situação.


6. O laboratório analisa o produto final (cápsula) ou só a matéria-prima (pó de bisglicinato)?

Um controle de qualidade completo deve incluir ambos. A análise da matéria-prima assegura que se inicia o processo com um ingrediente de qualidade. A análise do produto final (cápsula) confirma que o processo de fabricação (pesagem, mistura, encapsulação) não degradou o ativo nem alterou sua dosagem, e que o produto acabado atende a todas as especificações de liberação, pureza e segurança.




 
 
 

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