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Da Fonte ao Copo: A Relevância da Análise da Concentração de Manganês na Água

Introdução


O manganês (Mn) é um elemento químico naturalmente presente na crosta terrestre, encontrado em diversos minerais e também em águas superficiais e subterrâneas.


Embora seja um micronutriente essencial para o organismo humano e para plantas, a sua presença em concentrações elevadas na água potável pode representar riscos à saúde e comprometer a qualidade sensorial da água.


No contexto ambiental, a presença de manganês em fontes hídricas pode ocorrer tanto de forma natural, por dissolução de rochas e solos, quanto por influência antrópica, decorrente de atividades industriais, mineração, descarte inadequado de resíduos ou uso excessivo de fertilizantes e defensivos agrícolas.


A análise da concentração de manganês na água é uma etapa fundamental no monitoramento da qualidade hídrica, sendo exigida por órgãos reguladores como o Ministério da Saúde no Brasil, por meio da Portaria de Consolidação nº 5/2017, e pela Resolução CONAMA nº 357/2005, que estabelece limites para águas destinadas ao consumo humano e outros usos.


Do ponto de vista da saúde pública, o consumo prolongado de água com manganês acima dos limites recomendados pode causar problemas neurológicos, afetando principalmente crianças, e também provocar alterações no sabor, odor e coloração da água.


Por isso, o monitoramento periódico é não apenas uma exigência legal, mas também uma medida preventiva essencial.


Neste artigo, vamos explorar em profundidade:

  • As características químicas e ambientais do manganês.

  • Seus efeitos na saúde e no ecossistema.

  • Métodos de análise laboratoriais e padrões de referência.

  • Boas práticas para monitoramento e controle.


Ao final, também apresentaremos como um laboratório especializado pode auxiliar na detecção precisa e confiável da concentração de manganês, garantindo segurança e conformidade com a legislação.


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Caracterização Técnica do Manganês


Propriedades químicas e físicas


O manganês é um elemento químico de número atômico 25, símbolo Mn, pertencente ao grupo dos metais de transição.


Apresenta massa atômica de aproximadamente 54,94 g/mol e possui uma coloração típica cinza-prateada quando em estado metálico puro.


Em ambientes aquáticos, o manganês é encontrado predominantemente em duas formas de oxidação: Mn²⁺ (forma solúvel) e Mn⁴⁺ (forma insolúvel, como óxidos ou hidróxidos).


Essa característica influencia diretamente sua mobilidade, biodisponibilidade e remoção nos processos de tratamento de água.


A especiação química do manganês depende de fatores como:

  • pH da água – valores baixos favorecem a forma solúvel Mn²⁺.

  • Potencial de oxirredução (Eh) – condições redutoras mantêm o manganês dissolvido; condições oxidantes promovem a precipitação.

  • Presença de matéria orgânica – pode complexar ou reduzir manganês, afetando sua solubilidade.

  • Temperatura e oxigênio dissolvido – influenciam reações de oxidação natural.



Presença natural e fontes antrópicas


O manganês é amplamente distribuído na natureza. Sua presença em águas subterrâneas e superficiais pode ser decorrente de processos naturais ou de atividades humanas.


Fontes naturais:
  • Dissolução de minerais e rochas ricas em manganês, como pirolusita (MnO₂) e rodonita (MnSiO₃).

  • Intemperismo químico de solos e sedimentos.

  • Processos biogeoquímicos em zonas de transição entre águas oxigenadas e anóxicas.


Fontes antrópicas:
  • Efluentes industriais (metalurgia, produção de ligas de aço, baterias, tintas e cerâmicas).

  • Mineração e lavagem de minérios.

  • Uso de fertilizantes e defensivos agrícolas contendo manganês.

  • Lixiviação de resíduos sólidos e aterros.

  • Corrosão de tubulações e estruturas metálicas em sistemas de distribuição.



Manganês em águas superficiais e subterrâneas


O comportamento do manganês varia conforme o tipo de manancial:

  • Águas superficiais – Geralmente apresentam concentrações menores de manganês dissolvido devido à maior disponibilidade de oxigênio, que promove a precipitação de Mn como óxidos. Porém, processos de ressuspensão de sedimentos podem elevar temporariamente os níveis.

  • Águas subterrâneas – Frequentemente exibem teores mais elevados de manganês dissolvido devido às condições redutoras, pH levemente ácido e ausência de oxigênio. Nestes casos, o manganês tende a permanecer na forma Mn²⁺, de fácil solubilidade.



Manganês e interações ambientais


O manganês participa ativamente do ciclo biogeoquímico dos metais, interagindo com ferro, enxofre e carbono orgânico.


Sua mobilidade é influenciada por microrganismos oxidantes ou redutores, que aceleram as transformações de estado de oxidação.


Além disso, a presença de manganês pode afetar ecossistemas aquáticos, alterando processos de sedimentação, disponibilidade de nutrientes e até a coloração da água.



Efeitos do Manganês na Saúde Humana e no Meio Ambiente


Função biológica e importância do manganês em baixas concentrações


O manganês é um micronutriente essencial, presente em pequenas quantidades no corpo humano. Ele participa de diversas funções fisiológicas, como:

  • Ativação de enzimas antioxidantes (superóxido dismutase – SOD).

  • Metabolismo de carboidratos, aminoácidos e colesterol.

  • Formação de ossos e cartilagens.

  • Síntese de neurotransmissores.


Em níveis adequados, o manganês contribui para o equilíbrio metabólico. A ingestão diária recomendada pela Organização Mundial da Saúde (OMS) varia entre 1,8 e 2,3 mg para adultos, considerando todas as fontes (alimentação, água, inalação).



Riscos do excesso de manganês na água potável


Quando presente em concentrações acima do permitido, especialmente em água de consumo, o manganês pode ter efeitos adversos à saúde.


Os riscos variam de acordo com a duração e intensidade da exposição.


Efeitos agudos (curto prazo):

  • Alterações no sabor e odor da água.

  • Coloração amarronzada, preta ou turva.

  • Manchas em roupas, utensílios e encanamentos.


Efeitos crônicos (longo prazo):

  • Neurotoxicidade: exposição prolongada pode provocar sintomas semelhantes ao Parkinson, conhecidos como manganismo, que incluem tremores, rigidez muscular, lentidão de movimentos e dificuldades cognitivas.

  • Alterações no desenvolvimento neurológico de crianças, podendo afetar memória, atenção e aprendizado.

  • Possíveis impactos sobre o sistema reprodutivo e imunológico (ainda em estudo).


Populações mais vulneráveis:

  • Crianças pequenas (absorvem mais manganês e têm barreira hematoencefálica menos desenvolvida).

  • Idosos (maior risco de neurodegeneração).

    Indivíduos com doenças hepáticas (o fígado é essencial para excretar manganês).



Limites recomendados por legislações e normas técnicas


Para proteger a saúde pública, diversos órgãos reguladores estabeleceram valores máximos permitidos (VMP) de manganês em água para consumo humano:

Órgão/Norma

Valor Máximo Permitido (mg/L)

Observação

OMS – Organização Mundial da Saúde

0,08

Valor baseado em efeitos neurológicos

USEPA – Agência de Proteção Ambiental (EUA)

0,05 (secundário)

Padrão estético, não de saúde

Ministério da Saúde – Brasil (Portaria GM/MS nº 888/2021)

0,1

Valor para potabilidade

Resolução CONAMA nº 357/2005

0,1

Para águas de classe 1

Estes limites consideram não apenas os efeitos toxicológicos, mas também aspectos estéticos e sensoriais da água.



Impactos ambientais do manganês


O manganês em excesso não afeta apenas a saúde humana — também pode comprometer ecossistemas aquáticos e terrestres.

  • Toxicidade para organismos aquáticos: altas concentrações podem prejudicar peixes e invertebrados, afetando brânquias, metabolismo e reprodução.

  • Alteração da qualidade da água: promove turvação, formação de depósitos e mudanças no pH.

  • Bioacumulação: pode ser incorporado à cadeia alimentar, atingindo níveis mais altos em predadores aquáticos.

  • Competição com outros metais: pode interferir na absorção de ferro e zinco por plantas e animais.


A gestão adequada e o monitoramento regular são fundamentais para evitar que o manganês ultrapasse níveis seguros, preservando tanto a saúde humana quanto a integridade ambiental.



Métodos Laboratoriais para Análise da Concentração de Manganês na Água


O monitoramento da concentração de manganês requer métodos analíticos precisos e sensíveis, capazes de detectar tanto valores próximos ao limite permitido quanto concentrações muito baixas, importantes para estudos ambientais e de controle preventivo.


Comparativo resumido dos métodos

Método

Limite de Detecção (LD)

Custo

Multielementar

Indicação


Espectrofotometria UV-Vis

~0,01 mg/L

Baixo

Não

Rotina simples, custos reduzidos


Absorção Atômica (AAS)

~0,001 mg/L

Médio

Não

Precisão e sensibilidade moderada


ICP-OES

<0,001 mg/L

Alto

Sim

Análises multielementares precisas


ICP-MS

ng/L

Muito alto

Sim

Estudos avançados e monitoramento de ultra-traços


Voltametria

μg/L

Médio

Não

Monitoramento ambiental e de campo



Estratégias de Monitoramento e Controle do Manganês na Água


O monitoramento eficaz do manganês é essencial para garantir a qualidade da água potável, proteger a saúde humana e atender às exigências legais.


Ele envolve ações coordenadas entre coleta, análise, interpretação de resultados e aplicação de medidas corretivas quando necessário.



Monitoramento periódico


Para assegurar a confiabilidade dos resultados, é recomendado estabelecer planos de monitoramento periódicos, considerando:

  • Frequência das coletas: depende da vulnerabilidade da fonte hídrica. Águas subterrâneas com histórico de altas concentrações exigem coletas mensais; águas superficiais podem ser monitoradas trimestralmente.

  • Pontos de amostragem estratégicos: devem incluir entrada de captação, pontos intermediários de distribuição e residências representativas.

  • Documentação e rastreabilidade: registro detalhado de data, local, método utilizado, resultados e condições ambientais durante a coleta.


O monitoramento sistemático permite identificar tendências de aumento do manganês e antecipar problemas antes que se tornem críticos.



Métodos de remoção de manganês na água


Quando a concentração ultrapassa os limites permitidos, é necessário aplicar técnicas de tratamento e controle, que podem incluir:

  1. Oxidação seguida de filtração

    • O manganês dissolvido (Mn²⁺) é oxidado a Mn⁴⁺, formando partículas insolúveis.

    • Em seguida, é removido por filtração rápida em areia ou outro meio adequado.

    • Agentes oxidantes comuns: cloro, permanganato de potássio, ozônio ou oxigênio dissolvido.

  2. Adsorção

    • Utiliza materiais como carvão ativado, zeólitas ou resinas especiais para reter manganês da água.

    • É eficaz principalmente para concentrações moderadas e em pequenas instalações.

  3. Troca iônica

    • Resinas catiônicas removem manganês e outros metais dissolvidos.

    • Método eficiente, porém exige regeneração periódica e monitoramento constante.

  4. Tratamento biológico

    • Microrganismos oxidantes específicos convertem Mn²⁺ em Mn⁴⁺, que é posteriormente removido por filtração.

    • Pode ser usado em sistemas de grande porte e em tratamento de água de poços profundos.



Conformidade regulatória e padrões de potabilidade


Para garantir que a água esteja dentro dos padrões legais, é necessário:

  • Realizar análises laboratoriais com métodos validados.

  • Comparar os resultados com limites estabelecidos por órgãos como Ministério da Saúde (Brasil), CONAMA, ou OMS.

  • Manter relatórios e certificados de conformidade, essenciais para auditorias, inspeções e programas de saneamento básico.


O cumprimento da legislação protege tanto o consumidor quanto a imagem da empresa ou instituição responsável pelo fornecimento de água.



Boas práticas para gestão do manganês


Além da análise e tratamento, outras ações preventivas podem reduzir a ocorrência de manganês em concentrações críticas:

  • Manutenção de fontes e reservatórios: limpeza periódica para evitar acúmulo de sedimentos ricos em manganês.

  • Monitoramento da rede de distribuição: inspeção de tubulações para identificar corrosão e depósitos.

  • Educação e conscientização: informar equipes técnicas e população sobre a importância do manganês e os riscos do excesso.

  • Uso de sistemas de alerta rápido: integração de sensores automáticos em estações de tratamento para detecção contínua.


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Conclusão


A análise da concentração de manganês na água é uma etapa essencial para garantir a segurança do consumo humano, preservar a qualidade ambiental e atender às exigências legais.


Apesar de o manganês ser um micronutriente necessário em pequenas quantidades, sua presença em níveis elevados pode causar efeitos neurológicos, alterações sensoriais da água e impactos no ecossistema aquático.


O monitoramento eficiente envolve coleta padronizada, métodos laboratoriais precisos e interpretação técnica dos resultados, permitindo identificar rapidamente quaisquer desvios dos limites recomendados.


Além disso, a adoção de estratégias de tratamento adequadas, como oxidação seguida de filtração, adsorção e troca iônica, assegura que a água se mantenha dentro dos padrões de potabilidade.


Um laboratório especializado desempenha papel fundamental nesse processo, oferecendo suporte técnico completo, relatórios certificados e consultoria para prevenção e correção de problemas.


Assim, empresas, prefeituras e residências podem garantir qualidade, segurança e conformidade legal em suas fontes de água, promovendo saúde pública e sustentabilidade ambiental.


Em resumo, investir em análise confiável e monitoramento contínuo do manganês na água é uma medida estratégica e preventiva, essencial para proteger pessoas, preservar o meio ambiente e assegurar a confiança na água consumida diariamente.



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FAQ – Perguntas Frequentes


1. Qual a importância de analisar o manganês na água?

O monitoramento evita riscos à saúde, preserva a qualidade sensorial da água e garante conformidade com a legislação.


2. Com que frequência a análise deve ser realizada?

Depende da fonte hídrica: águas subterrâneas com histórico de manganês elevado podem exigir coletas mensais, enquanto águas superficiais podem ser monitoradas trimestralmente.


3. Qual método é mais indicado para a análise?

Métodos instrumentais como ICP-MS e ICP-OES são mais sensíveis e indicados para detecção de baixos níveis de manganês, enquanto espectrofotometria UV-Vis é útil para análises rotineiras e concentrações moderadas.


4. O manganês em excesso pode ser removido da água?

Sim. Técnicas como oxidação seguida de filtração, adsorção, troca iônica e tratamento biológico são eficazes para reduzir a concentração.


5. Posso confiar nos resultados do laboratório?

Sim. Laboratórios especializados seguem protocolos rigorosos de qualidade, usam padrões certificados e fornecem relatórios rastreáveis e reconhecidos legalmente.


 
 
 

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