🧫 Doenças Causadas por Fungos: Entenda os Riscos, os Principais Tipos e a Importância do Diagnóstico Laboratorial
- Enfermeira Natalia Balsalobre
- 9 de set. de 2021
- 6 min de leitura
Introdução – O avanço das doenças fúngicas e seus impactos na saúde pública
As doenças causadas por fungos — também chamadas de micoses — deixaram de ser um problema limitado a casos superficiais de pele ou unhas e se tornaram um desafio crescente para a saúde pública global.
Nas últimas décadas, com o aumento da população imunocomprometida, o uso extensivo de antibióticos e o envelhecimento populacional, os fungos passaram a ocupar um papel de destaque entre as infecções oportunistas e sistêmicas mais difíceis de diagnosticar e tratar.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) estima que mais de um bilhão de pessoas em todo o mundo sejam afetadas por algum tipo de micose todos os anos.
Dessas, mais de 150 milhões desenvolvem formas graves, potencialmente fatais, especialmente em pacientes com o sistema imunológico enfraquecido — como transplantados, portadores de HIV/AIDS, pessoas em tratamento quimioterápico ou com doenças crônicas.
No Brasil, o cenário é semelhante: condições climáticas favoráveis, alta umidade e temperaturas elevadas criam um ambiente propício para o crescimento de fungos patogênicos.
Além disso, a diversidade biológica do país contribui para a circulação de espécies fúngicas tanto endêmicas quanto oportunistas.
Diferentemente das infecções bacterianas ou virais, as doenças fúngicas muitas vezes se manifestam de forma lenta e silenciosa, dificultando o diagnóstico precoce.
E, por serem organismos eucarióticos (semelhantes às células humanas), o tratamento é mais complexo, exigindo medicamentos antifúngicos de uso prolongado e acompanhamento laboratorial constante.

O que são doenças fúngicas e como ocorrem
Os fungos são microrganismos amplamente distribuídos na natureza. Estão presentes no solo, na água, nos alimentos e até no corpo humano, compondo parte da microbiota natural.
Em condições normais, a maioria dos fungos vive em equilíbrio com o hospedeiro e o ambiente.
No entanto, quando ocorre uma quebra desse equilíbrio, eles podem se tornar patogênicos e causar infecções.
As doenças causadas por fungos variam desde infecções superficiais, que afetam pele, cabelos e unhas, até micoses sistêmicas, que comprometem órgãos internos e podem levar à morte se não tratadas adequadamente.
De modo geral, as infecções fúngicas são classificadas em quatro grandes grupos:
Micoses superficiais e cutâneas – afetam a camada externa da pele, unhas e cabelos.
Micoses subcutâneas – atingem tecidos mais profundos, geralmente após traumatismos.
Micoses sistêmicas (profundas) – atingem órgãos internos, como pulmões, fígado e sistema nervoso central.
Micoses oportunistas – ocorrem em pessoas imunocomprometidas, causadas por fungos que normalmente não provocam doença em indivíduos saudáveis.
Principais doenças causadas por fungos e seus agentes
Candidíase
Causada por espécies do gênero Candida — especialmente Candida albicans — a candidíase é uma das infecções fúngicas mais comuns no ser humano.
Pode afetar mucosas (bucal, vaginal), pele, unhas e até órgãos internos.
Nos casos superficiais, causa coceira, ardência e secreção esbranquiçada. Já nas formas sistêmicas (como a candidemia), o fungo pode se disseminar pelo sangue e atingir órgãos vitais, representando risco de vida.
Pacientes internados, submetidos a cateteres ou que fazem uso prolongado de antibióticos estão mais suscetíveis.
O diagnóstico laboratorial envolve cultura micológica, testes de sensibilidade e métodos moleculares.
Dermatofitoses (tinhas)
As tinhas são micoses cutâneas causadas por fungos dermatófitos dos gêneros Trichophyton, Microsporum e Epidermophyton. Afetam a pele, o couro cabeludo e as unhas, sendo transmitidas por contato direto com pessoas, animais ou superfícies contaminadas.
Os sintomas incluem lesões circulares avermelhadas, descamação e coceira intensa. Embora não sejam graves, causam desconforto e podem persistir por longos períodos sem tratamento adequado.
O exame micológico direto e a cultura de fragmentos de pele ou unhas são fundamentais para identificar o agente e escolher o antifúngico mais eficaz.
Onicomicose
A onicomicose é a infecção fúngica das unhas — frequentemente causada por Trichophyton rubrum ou Candida spp. — que provoca o espessamento, descoloração e deformação das unhas.
É uma das micoses mais resistentes ao tratamento e de maior incidência no Brasil.
O diagnóstico deve ser feito em laboratório, com raspado de unha e cultura específica. A automedicação, comum nesses casos, pode mascarar os sintomas e dificultar a cura.
Aspergilose
Causada pelo fungo Aspergillus fumigatus, presente no ar e em materiais orgânicos, a aspergilose é uma infecção que atinge principalmente os pulmões.
Em pessoas saudáveis, o sistema imunológico consegue eliminar os esporos inalados.
No entanto, em pacientes imunossuprimidos, o fungo pode invadir os tecidos e causar formas graves, como a aspergilose invasiva.
Os sintomas variam conforme a forma clínica: tosse persistente, dor torácica, febre e, em casos graves, comprometimento respiratório.
O diagnóstico envolve exames de imagem, cultura de escarro e testes moleculares para detecção de antígenos fúngicos.
Histoplasmose
A histoplasmose é uma micose sistêmica causada pelo fungo Histoplasma capsulatum, encontrado no solo e em fezes de aves e morcegos.
A infecção ocorre pela inalação dos esporos, e os pulmões são os principais órgãos afetados.
É comum em regiões rurais e cavernas, podendo causar quadros semelhantes a uma pneumonia. Em imunossuprimidos, pode se disseminar e atingir outros órgãos.
O diagnóstico requer exames laboratoriais específicos, como sorologia, cultura e testes moleculares.
Criptococose
Causada pelo fungo Cryptococcus neoformans, encontrado em fezes de pombos, a criptococose pode causar infecção pulmonar ou neurológica, especialmente em pessoas com HIV/AIDS.
A forma meníngea é uma das mais temidas, com alta taxa de mortalidade.
O diagnóstico é feito por análise do líquido cefalorraquidiano, cultura e testes de detecção de antígeno criptocócico.
Paracoccidioidomicose
Conhecida como blastomicose sul-americana, é causada pelo fungo Paracoccidioides brasiliensis.
Endêmica no Brasil, afeta principalmente trabalhadores rurais. A infecção inicia-se nos pulmões, mas pode atingir pele, mucosas e linfonodos.
O diagnóstico é confirmado por cultura e exame microscópico de amostras clínicas.
Diagnóstico laboratorial das doenças fúngicas
O diagnóstico laboratorial é essencial para confirmar a presença de fungos, identificar a espécie e orientar o tratamento adequado.
As técnicas empregadas evoluíram consideravelmente, combinando métodos clássicos e modernos.
Métodos convencionais
Exame micológico direto: observação de estruturas fúngicas em amostras clínicas sob microscopia.
Cultura micológica: permite o crescimento e identificação do fungo, além de testes de sensibilidade antifúngica.
Colorações especiais (Gomori-Grocott, PAS): úteis em análises histopatológicas.
Métodos moleculares
A biologia molecular trouxe agilidade e precisão ao diagnóstico de doenças causadas por fungos.
Técnicas como PCR (Reação em Cadeia da Polimerase) permitem detectar fragmentos específicos de DNA fúngico em tempo real, mesmo em quantidades mínimas de amostra.
Esses testes são especialmente importantes em infecções invasivas, onde o isolamento do fungo por cultura pode ser difícil ou demorado.
Testes imunológicos
Exames sorológicos e imunocromatográficos detectam antígenos ou anticorpos específicos, ajudando a confirmar a infecção, especialmente em doenças como histoplasmose e criptococose.
Prevenção e controle das infecções fúngicas
A prevenção envolve hábitos de higiene, cuidados ambientais e atenção especial a pessoas imunossuprimidas. Algumas medidas incluem:
Evitar o uso de calçados fechados por longos períodos;
Manter a pele seca e limpa, especialmente em áreas de dobras;
Evitar contato com locais contaminados por fezes de aves e morcegos;
Controlar doenças de base que reduzam a imunidade;
Não compartilhar objetos pessoais (toalhas, alicates, calçados).
No ambiente hospitalar, o controle microbiológico e o monitoramento da qualidade do ar são fundamentais para prevenir infecções fúngicas invasivas.

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❓FAQ – Perguntas Frequentes sobre Doenças Causadas por Fungos
1. As micoses são contagiosas?
Algumas sim, especialmente as superficiais (como as tinhas). Já as sistêmicas e oportunistas, em geral, não são transmissíveis entre pessoas.
2. Fungos podem causar doenças graves?
Sim. Embora muitas infecções sejam leves, em pacientes imunocomprometidos os fungos podem atingir órgãos internos e causar quadros severos.
3. Como saber se tenho uma infecção fúngica?
Somente o diagnóstico laboratorial confirma a presença do fungo. Lesões persistentes, coceira, secreção e descamação são sinais que exigem avaliação médica.
4. Existe prevenção?
Sim. Manter boa higiene, evitar ambientes úmidos, usar calçados arejados e fortalecer a imunidade são medidas preventivas eficazes.
5. O laboratório pode detectar fungos no ar ou em superfícies?
Sim, laboratórios especializados realizam análises ambientais, detectando fungos em amostras de ar, superfícies e água.
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