🌾 O que é o Glúten e Por que Ele é um Desafio à Saúde?
- Enfermeira Natalia Balsalobre
- 17 de mai. de 2022
- 5 min de leitura
Introdução
O glúten é um conjunto de proteínas encontradas no trigo, centeio, cevada e, de forma cruzada, na aveia.
No trigo, ele é composto principalmente por gliadina e glutenina, que conferem elasticidade e estrutura aos pães e massas.
No centeio, a proteína principal é a secalina, e na cevada, a hordeína. Todas pertencem à família das prolaminas.
Para indivíduos geneticamente predispostos, o glúten desencadeia uma resposta imune anormal.
As prolaminas, quando digeridas, formam peptídeos que o organismo não consegue quebrar completamente.
Esses peptídeos, por sua vez, desencadeiam reações imunológicas que são a base de condições como a doença celíaca.

⚕️ Condições Relacionadas ao Glúten
Doença Celíaca (DC): Uma doença autoimune crônica que afeta cerca de 1% da população global. O consumo de glúten provoca uma inflamação que danifica as vilosidades do intestino delgado, estruturas responsáveis pela absorção de nutrientes. Isso pode levar a sintomas como diarreia crônica, dor abdominal, anemia, fadiga e deficiências nutricionais. O diagnóstico padrão-ouro é realizado através de biópsia do intestino delgado.
Sensibilidade ao Glúten Não Celíaca (SGNC): Caracterizada por sintomas semelhantes aos da doença celíaca (como dor abdominal e fadiga) que melhoram com a retirada do glúten, mas sem a presença dos anticorpos específicos ou dano intestinal característico da DC.
Alergia ao Trigo: Uma reação alérgica mediada por IgE às proteínas do trigo, distinta da resposta autoimune da doença celíaca.
🔍 A Ciência por Trás da Detecção de Glúten
Para proteger os consumidores, é essencial dispor de métodos analíticos precisos e confiáveis. Dois métodos se destacam na detecção de glúten em alimentos:
🧪 O Método ELISA e a Importância do Anticorpo
O ensaio ELISA é amplamente utilizado para detectar proteínas alergênicas diretamente. S
ua precisão, no entanto, depende criticamente do anticorpo utilizado. Diferentes anticorpos têm especificidades distintas:
Anticorpo R5: Reconhece a gliadina do trigo, mas pode apresentar reatividade cruzada com proteínas de soja e tremoço, potencialmente levando a resultados falso-positivos.
Anticorpo G12: Considerado a melhor opção, pois reconhece especificamente o fragmento de 33-mer da gliadina, que é a parte mais imunotóxica do glúten, diretamente associada à resposta celíaca. Ele detecta de forma confiável o glúten de trigo, cevada, centeio e aveias contaminadas, sem reação cruzada com soja, milho ou arroz.
Testes rápidos, como os dispositivos de fluxo lateral que utilizam o anticorpo G12, permitem a detecção de até 5 ppm de glúten em apenas 20 minutos, sendo ferramentas valiosas para o controle de qualidade em tempo real na indústria.
🧬 A Técnica de PCR para Detecção de DNA
A Reação em Cadeia da Polimerase (PCR) é outra técnica poderosa, baseada na detecção do DNA específico dos grãos que contêm glúten.
Sua principal vantagem é a alta sensibilidade, capaz de identificar traços mínimos de glúten, mesmo quando a proteína está degradada.
É particularmente útil para análises exploratórias e controle de qualidade.
Uma evolução dessa técnica, a RT-qPCR, que detecta RNA, pode fornecer uma correlação mais direta com a presença da proteína alergênica ativa.
📊 O Cenário Regulatório e os Limites de Tolerância
A legislação desempenha um papel crucial na proteção do consumidor. No Brasil, a Lei nº 10.674/2003 tornou obrigatória a declaração da presença ou ausência de glúten nos rótulos dos alimentos industrializados.
Internacionalmente, o Codex Alimentarius, seguido por países como os da União Europeia, Estados Unidos e Canadá, estabelece que alimentos rotulados como "isentos de glúten" não podem conter mais do que 20 partes por milhão (ppm) de glúten. Para ilustrar, 20 ppm equivalem a:
1 segundo em 14 horas.
1 centavo em R$ 5.000,00.
1 colher de chá em 245 litros de água.
Alguns países, como Argentina, Austrália e Nova Zelândia, adotam limites ainda mais rigorosos, de 10 ppm ou até "ausência detectável".
É importante notar que, embora a legislação brasileira exija a rotulagem, ela não estabelece um limite numérico de tolerância, como ppm, para que um alimento seja considerado isento.
🛡️ Contaminação Cruzada: O Inimigo Oculto
Um dos maiores desafios para quem precisa de uma dieta sem glúten é a contaminação cruzada. Ela pode ocorrer em diversas etapas:
Agrícola: Durante o plantio, rotação de culturas ou colheita, quando equipamentos são compartilhados.
Industrial: No transporte, armazenamento ou processamento de alimentos em máquinas e linhas de produção compartilhadas.
Doméstica e em Serviços de Alimentação: Ao usar a mesma faca para passar manteiga em um pão comum e depois em um sem glúten, ou fritar batatas em óleo que foi usado para empanados com farinha de trigo.
Por isso, é fundamental que as indústrias implementem Programas de Análise de Perigos e Pontos Críticos de Controle (APPCC) e Boas Práticas de Fabricação (BPF) para isolar alergênicos em todas as etapas, desde a matéria-prima até o produto final.
💼 Nossos Serviços: Precisão que Garante Segurança
Nosso laboratório está na vanguarda da análise de glúten, oferecendo soluções confiáveis e precisas para atender às demandas da indústria alimentícia e proteger a saúde dos consumidores.
Utilizamos tecnologias de ponta e seguimos rigorosos padrões internacionais para garantir que seus produtos sejam verdadeiramente seguros para celíacos e sensíveis ao glúten.
Nossos serviços incluem:
Análise de Glúten por ELISA com Anticorpo G12: Garantindo a especificidade para o fragmento mais imunogênico, assegurando resultados clinicamente relevantes e confiáveis.
Detecção por PCR e RT-qPCR: Oferecendo sensibilidade extrema para identificar traços de DNA de grãos contendo glúten, ideal para validação de processos de limpeza e investigação de contaminantes.
Testes Rápidos para Controle de Processo: Fornecendo resultados em tempo real para liberação de produtos e verificação da eficácia da limpeza de superfícies.

✅ Conclusão
A análise de glúten nos alimentos é um campo complexo que combina biologia molecular, imunologia e tecnologia de alimentos para servir a um propósito fundamental: garantir a segurança e o bem-estar de uma parcela significativa da população.
Compreender a ciência por trás dessas análises, os desafios da contaminação cruzada e o cenário regulatório é essencial para a indústria e para os consumidores.
Nosso laboratório orgulha-se de ser um parceiro nessa jornada, oferecendo não apenas testes analíticos de alta precisão, mas também a expertise necessária para navegar por esse desafio de segurança alimentar.
Juntos, podemos construir uma cadeia de alimentos mais transparente, segura e inclusiva para todos.
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❓ Perguntas Frequentes (FAQ)
#1: Um produto que contém "amido de trigo" na lista de ingredientes é seguro para celíacos?
Não. O amido de trigo ainda contém glúten e, portanto, não é seguro para celíacos, a menos que tenha passado por um processamento específico para removê-lo (e isso deve ser claramente declarado no rótulo). A regra de ouro é: em caso de dúvida, não consuma.
#2: Maltodextrina e dextrina são seguras?
Sim. Apesar do nome "malte" causar confusão, a maltodextrina é um carboidrato altamente processado. Mesmo quando derivada do trigo, o processo remove a proteína do glúten, tornando-a segura para celíacos. O mesmo vale para a glicose e o xarope de glicose derivados de cereais proibidos.
#3: Vinagre contém glúten?
A maioria dos vinagres é segura, pois são destilados ou feitos de ingredientes sem glúten. A exceção é o vinagre de malte, que é derivado da cevada e não é destilado, devendo ser evitado.
#4: O que significa "pode conter traços de glúten"?
Essa advertência indica um risco potencial de contaminação cruzada durante o processo de fabricação. Para celíacos, é recomendado evitar esses produtos, pois a presença de traços, mesmo que mínima, pode ser prejudicial.
#5: Como posso ter certeza de que um alimento é realmente sem glúten?
Prefira produtos que tenham a declaração explícita "NÃO CONTÉM GLÚTEN" e, idealmente, que possuam certificação de terceiros. Para alimentos in natura, a atenção deve ser redobrada com o risco de contaminação cruzada durante o manuseio e preparo.





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