Análise da Concentração de Arsênio na Água: Importância, Métodos e Aplicações Laboratoriais
- Enfermeira Natalia Balsalobre
- 22 de dez. de 2022
- 4 min de leitura
Introdução: O Problema do Arsênio na Água
A presença de contaminantes químicos na água potável é um desafio global para a saúde pública e para a gestão ambiental.
Entre esses contaminantes, o arsênio é um dos mais preocupantes devido à sua elevada toxicidade, persistência no ambiente e efeitos cumulativos no organismo humano.
O arsênio é um elemento natural da crosta terrestre, presente em minerais e rochas, que pode ser liberado para águas superficiais e subterrâneas por processos geológicos ou atividades humanas, como mineração, uso de pesticidas e descarte inadequado de resíduos industriais.
Embora ocorra naturalmente, sua presença em concentrações elevadas representa um sério risco à saúde.
A análise da concentração de arsênio na água tornou-se essencial para garantir a segurança do consumo humano e animal, além de atender às legislações ambientais e sanitárias.
Diversas agências internacionais, como a Organização Mundial da Saúde (OMS), estabelecem limites rigorosos para esse contaminante. No Brasil, a Portaria GM/MS nº 888/2021 define o valor máximo permitido de arsênio na água potável em 0,01 mg/L (10 µg/L).
Compreender a importância da detecção e do monitoramento desse elemento é fundamental para reduzir riscos à saúde, prevenir contaminações e orientar ações de saneamento e remediação ambiental.

O Arsênio: Características Químicas e Fontes de Contaminação
Propriedades químicas
O arsênio (símbolo As, número atômico 33) é um semimetal que pode ocorrer em diferentes formas químicas, tanto inorgânicas quanto orgânicas.
As espécies inorgânicas, principalmente os íons arsenito (As³⁺) e arsenato (As⁵⁺), são as mais tóxicas e frequentemente encontradas na água.
As³⁺ (arsenito): mais solúvel, móvel e tóxico, frequentemente presente em águas subterrâneas.
As⁵⁺ (arsenato): menos tóxico, porém ainda prejudicial em altas concentrações.
A toxicidade varia conforme a forma química, a concentração e o tempo de exposição.
Fontes naturais
Intemperismo de rochas e minerais ricos em arsênio.
Vulcanismo e atividades geotérmicas.
Solubilização de minerais em aquíferos.
Fontes antropogênicas
Mineração de ouro, cobre e carvão.
Uso histórico de pesticidas e herbicidas arsenicais.
Indústrias de vidro, eletrônicos e curtumes.
Queima de combustíveis fósseis.
A exposição ocorre principalmente por meio da ingestão de água contaminada, mas também pode ocorrer por alimentos irrigados com essa água ou por contato ocupacional.
Riscos à Saúde: O Impacto da Exposição ao Arsênio
A ingestão de arsênio, mesmo em concentrações relativamente baixas, pode causar efeitos agudos e crônicos.
Efeitos agudos
Náusea, vômito, diarreia.
Dor abdominal.
Alterações no sistema nervoso central.
Efeitos crônicos
A exposição contínua está associada a diversas doenças graves:
Cânceres: pele, bexiga, pulmão.
Doenças cardiovasculares.
Diabetes mellitus tipo 2.
Lesões cutâneas características (hiperpigmentação e queratose).
Alterações neurológicas e de desenvolvimento em crianças.
O arsênio é classificado pela Agência Internacional para a Pesquisa sobre o Câncer (IARC) como carcinógeno do Grupo 1, ou seja, comprovadamente cancerígeno para humanos.
Métodos de Análise da Concentração de Arsênio na Água
A detecção de arsênio exige métodos laboratoriais confiáveis, sensíveis e que atendam aos limites estabelecidos por legislações.
Métodos clássicos
Colorimetria: método antigo, pouco utilizado atualmente, limitado em precisão.
Métodos instrumentais modernos
Espectrometria de Absorção Atômica com Geração de Hidretos (HG-AAS)
Alta sensibilidade.
Permite diferenciar espécies de arsênio.
Espectrometria de Emissão Óptica com Plasma Indutivamente Acoplado (ICP-OES)
Detecta múltiplos elementos simultaneamente.
Boa sensibilidade, mas menos que ICP-MS.
Espectrometria de Massas com Plasma Indutivamente Acoplado (ICP-MS)
Método de referência.
Alta sensibilidade e seletividade.
Capaz de detectar concentrações na faixa de nanogramas por litro (ng/L).
Cromatografia acoplada à ICP-MS
Permite identificar e quantificar diferentes espécies químicas (arsenito, arsenato, arsênio orgânico).
Essencial para estudos toxicológicos e ambientais.
Análises rápidas e sensores emergentes
Sensores eletroquímicos de baixo custo.
Biossensores portáteis para uso em campo.
Kits colorimétricos para triagem rápida (menos confiáveis, mas úteis em áreas remotas).
Aplicações da Análise em Diferentes Contextos
Água potável: segurança do consumo humano.
Águas subterrâneas: avaliação de aquíferos e poços artesianos.
Águas residuais industriais: monitoramento e tratamento de efluentes.
Agricultura: prevenção da contaminação de alimentos irrigados.
Estudos ambientais: avaliação de impactos em ecossistemas aquáticos.
O Papel dos Laboratórios na Segurança da Água
A análise da concentração de arsênio na água exige laboratórios capacitados, com infraestrutura adequada e profissionais especializados.
Nosso laboratório oferece:
Métodos de alta precisão.
Relatórios técnicos detalhados, com interpretação dos resultados.
Atendimento a normas nacionais e internacionais.
Consultoria técnica para indústrias, órgãos ambientais e gestores de recursos hídricos.
Assim, contribuímos para a prevenção de riscos à saúde, o cumprimento da legislação e a sustentabilidade ambiental.

Conclusão
A presença de arsênio na água representa um risco silencioso, mas significativo, para a saúde humana e para o meio ambiente.
Por isso, a análise da concentração de arsênio na água é indispensável para garantir a segurança de sistemas de abastecimento, proteger comunidades e atender às exigências legais.
Investir em monitoramento regular, realizado por laboratórios especializados, é a forma mais eficaz de prevenir problemas de saúde pública e ambientais.
Nosso laboratório está preparado para atender demandas de diferentes setores, oferecendo análises confiáveis e suporte técnico para assegurar a qualidade da água em conformidade com os mais altos padrões.
A Importância de Escolher o Lab2bio
Com anos de experiência no mercado, o Lab2bio possui um histórico comprovado de sucesso em análises laboratoriais.
Empresas do setor alimentício, indústrias farmacêuticas, laboratórios e outros segmentos confiam no Lab2bio para garantir a segurança e qualidade da água utilizada em suas atividades.
Evitar riscos de contaminação é um compromisso com a saúde de seus clientes e com a longevidade do seu negócio. Investir em análises periódicas é um diferencial que fortalece sua reputação e evita prejuízos futuro.
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FAQ – Perguntas Frequentes
1. Por que o arsênio na água é perigoso?
Porque é tóxico mesmo em pequenas quantidades e pode causar doenças crônicas, incluindo câncer.
2. Como o arsênio chega até a água?
Por processos naturais (rochas e solos) ou atividades humanas, como mineração e indústrias.
3. Existe tratamento para remover o arsênio da água?
Sim. Tecnologias como osmose reversa, troca iônica e adsorventes específicos são eficazes.
4. Qual o limite permitido de arsênio na água potável no Brasil?
O limite é de 0,01 mg/L, conforme a Portaria GM/MS nº 888/2021.
5. O que fazer se a água estiver contaminada com arsênio?
Deve-se interromper o consumo e procurar alternativas seguras, além de adotar sistemas de tratamento.
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