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Análise da Relação Nitrito/Nitrato na Água: Entendendo os Riscos, os Métodos e a Importância do Monitoramento

Introdução


A qualidade da água é um dos principais indicadores de saúde pública e ambiental.


Entre os inúmeros parâmetros analisados rotineiramente, a presença de nitrito (NO₂⁻) e nitrato (NO₃⁻) tem papel central, especialmente pela relação direta com a contaminação por compostos nitrogenados provenientes de atividades agrícolas, industriais ou domésticas.


Compreender a relação entre nitrito e nitrato é essencial não apenas para diagnosticar a origem da contaminação, mas também para avaliar o grau de transformação química do nitrogênio nos corpos d’água e o potencial risco à saúde humana.


Este artigo aborda de forma técnica e acessível tudo o que você precisa saber sobre o tema: o que são esses compostos, como são formados, quais os impactos da sua presença, os métodos laboratoriais de análise e a importância da análise da relação nitrito/nitrato na água como ferramenta de controle de qualidade e segurança.


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Compreendendo o Ciclo do Nitrogênio e a Formação de Nitrito e Nitrato


O nitrogênio é um elemento essencial à vida, presente em proteínas, DNA, aminoácidos e muitas outras moléculas biológicas.


Na natureza, ele circula continuamente entre o ar, o solo, a água e os organismos vivos — processo conhecido como ciclo do nitrogênio.


Durante esse ciclo, diferentes formas químicas do nitrogênio são interconectadas: o nitrogênio gasoso (N₂) é convertido por bactérias em amônia (NH₃) e amonium (NH₄⁺), que podem ser transformados em nitrito (NO₂⁻) e posteriormente em nitrato (NO₃⁻).


Essas transformações ocorrem por processos microbiológicos denominados nitrificação e desnitrificação, etapas essenciais para a manutenção do equilíbrio ecológico, mas que, quando intensificadas por atividades humanas, podem gerar problemas ambientais e sanitários.



O papel do nitrito e do nitrato


  • Nitrito (NO₂⁻) é um intermediário instável, formado durante a oxidação da amônia. Em condições aeróbicas, tende a ser rapidamente convertido em nitrato. No entanto, em ambientes com baixo teor de oxigênio, o nitrito pode se acumular.

  • Nitrato (NO₃⁻) é a forma mais oxidada do nitrogênio e, portanto, a mais estável em águas superficiais e subterrâneas. Por essa estabilidade, ele tende a persistir no ambiente por longos períodos.



Fontes de contaminação


A presença elevada de nitrito e nitrato na água geralmente indica contaminação antrópica, principalmente por:


  • Fertilizantes nitrogenados usados na agricultura;

  • Efluentes domésticos e industriais;

  • Decomposição de matéria orgânica;

  • Lixiviação de solos ricos em compostos nitrogenados.


A relação entre nitrito e nitrato pode, portanto, revelar o estágio da contaminação e o processo predominante — se há liberação recente de nitrogênio (com predominância de nitrito) ou se a oxidação já está avançada (predomínio de nitrato).



Por que a Análise da Relação Nitrito/Nitrato na Água é Importante


A simples medição isolada de nitrito ou nitrato fornece informações limitadas.


Entretanto, a análise da relação entre ambos permite compreender melhor as condições químicas e biológicas do ambiente aquático.



Indicador do processo de oxidação


Em ambientes naturais, a concentração de nitrito é geralmente muito baixa, pois ele é rapidamente oxidado a nitrato. Assim:


  • Relações nitrito/nitrato elevadas indicam processos recentes de oxidação da amônia ou condições de baixa oxigenação, onde o nitrito ainda não foi convertido;

  • Relações baixas sugerem que a nitrificação já está completa e o meio é mais estável.


Esse balanço é especialmente relevante em águas subterrâneas, rios de baixa correnteza e reservatórios, onde as condições redox variam significativamente com o tempo e a profundidade.



Indicador de contaminação e risco sanitário


Do ponto de vista da saúde pública, o nitrato é considerado um contaminante perigoso quando presente em concentrações elevadas, pois no organismo humano pode ser reduzido a nitrito, o qual reage com a hemoglobina, formando meta-hemoglobina — composto incapaz de transportar oxigênio adequadamente.


Essa condição, conhecida como meta-hemoglobinemia infantil ou síndrome do bebê azul, é um risco em áreas rurais com poços contaminados por nitrato.


A Organização Mundial da Saúde (OMS) e o Ministério da Saúde do Brasil recomendam limites máximos de:


  • Nitrato (NO₃⁻): 50 mg/L (como NO₃⁻);

  • Nitrito (NO₂⁻): 3 mg/L (como NO₂⁻).


Quando esses limites são ultrapassados, especialmente em águas de consumo humano, é fundamental realizar uma avaliação integrada da relação nitrito/nitrato para identificar a origem e a dinâmica da contaminação.



Aplicações ambientais e industriais


Além do controle sanitário, a relação nitrito/nitrato também é usada para:


  • Monitorar eficiência de estações de tratamento de esgoto;

  • Avaliar desempenho de reatores biológicos nitrificantes e desnitrificantes;

  • Controlar qualidade de efluentes industriais;

  • Diagnosticar condições anóxicas em reservatórios e lagos.



Métodos de Análise de Nitrito e Nitrato em Laboratório


A determinação precisa desses íons requer métodos analíticos confiáveis e sensíveis.


Os laboratórios de controle ambiental utilizam diferentes técnicas, de acordo com o tipo de amostra, os níveis esperados de concentração e os recursos disponíveis.



Métodos clássicos colorimétricos


Os métodos mais tradicionais baseiam-se em reações químicas colorimétricas, que produzem colorações específicas proporcionalmente à concentração do analito.


  • Nitrito: O método mais comum é o de Griess, no qual o nitrito reage com sulfanilamida e N-(1-naftil) etilenodiamina, formando um composto rosado medido por espectrofotometria (540 nm).

  • Nitrato: É frequentemente determinado após redução a nitrito, usando colunas de cádmio ou reagentes redutores. O nitrito resultante é então quantificado pelo mesmo método de Griess.


Esses procedimentos são consagrados em normas como:


  • APHA Standard Methods for the Examination of Water and Wastewater (4500-NO₂⁻ e 4500-NO₃⁻);

  • ABNT NBR 12620 (para determinação de nitrato em águas e efluentes).



Métodos instrumentais modernos


Para maior precisão e sensibilidade, laboratórios especializados utilizam:


  • Cromatografia iônica: separa e quantifica íons de nitrito e nitrato com alta exatidão;

  • Espectrofotometria UV direta: determina nitrato pela absorção característica em 220 nm, com correção de interferências;

  • Eletrodos íon-seletivos: permitem medições rápidas e em campo, especialmente úteis para monitoramento contínuo.


Essas técnicas, além de fornecerem resultados precisos, permitem calcular a relação molar ou em massa entre nitrito e nitrato, indicador-chave da dinâmica do nitrogênio na amostra.



Coleta e preservação das amostras


A confiabilidade da análise depende não apenas do método, mas também da amostragem adequada:


  • Utilizar frascos limpos e de material inerte;

  • Evitar exposição à luz e altas temperaturas;

  • Preservar com refrigeração (≤ 4 °C) e analisar em até 48 h;

  • Em casos críticos, pode-se adicionar conservantes específicos (como ácido sulfâmico para eliminar cloro residual).


Erros nessa etapa podem levar à oxidação ou redução espontânea dos compostos, alterando artificialmente a relação nitrito/nitrato.



Interpretação dos Resultados e Diagnóstico Ambiental


A interpretação da relação nitrito/nitrato exige uma visão integrada do contexto ambiental e das condições do corpo hídrico.



Relação alta (nitrito predominante)


Indica contaminação recente por compostos nitrogenados (efluentes ou dejetos) e/ou ambiente pouco oxigenado. Sugere que o processo de nitrificação ainda está incompleto.


Situações típicas:


  • Poços rasos contaminados por fossas sépticas;

  • Águas estagnadas;

  • Sistemas de tratamento sobrecarregados.



Relação baixa (nitrato predominante)


Indica contaminação antiga e meio bem oxigenado, com nitrificação completa.

Situações típicas:


  • Lençóis freáticos profundos contaminados por lixiviação agrícola;

  • Rios e mananciais com renovação constante de água.



Avaliação conjunta com outros parâmetros


Para um diagnóstico mais confiável, recomenda-se correlacionar a relação nitrito/nitrato com:


  • Oxigênio dissolvido (OD);

  • Demanda bioquímica de oxigênio (DBO);

  • Amônia total;

  • pH e temperatura;

  • Presença de matéria orgânica.


Essa integração permite identificar a origem da contaminação (doméstica, agrícola ou industrial) e avaliar o risco de eutrofização — processo de enriquecimento de nutrientes que leva à proliferação de algas e ao desequilíbrio ecológico.



A Importância da Monitorização Contínua


A análise da relação nitrito/nitrato na água não deve ser vista como uma medição pontual, mas como parte de um programa de monitoramento contínuo.


O comportamento desses compostos varia conforme as estações, o regime de chuvas e as condições hidrológicas. A coleta regular de dados permite:


  • Detectar tendências de aumento da contaminação;

  • Avaliar eficiência de sistemas de tratamento;

  • Implementar ações corretivas precoces.


Laboratórios especializados oferecem planos de monitoramento customizados, com frequência de amostragem adequada e relatórios interpretativos, orientando gestores ambientais, indústrias e municípios sobre medidas preventivas.



Aplicações Práticas e Benefícios da Análise Laboratorial


Os resultados da análise da relação nitrito/nitrato na água têm implicações diretas em:


  • Gestão de recursos hídricos;

  • Controle de qualidade de água potável;

  • Avaliação ambiental de empreendimentos;

  • Licenciamento e conformidade com normas ambientais;

  • Controle de processos industriais e agrícolas.


A partir dos dados obtidos, é possível desenvolver estratégias de mitigação, como:


  • Adequação do uso de fertilizantes;

  • Melhoria de sistemas de tratamento de efluentes;

  • Proteção de aquíferos e poços de abastecimento.



Serviços Laboratoriais Especializados


Nosso laboratório realiza análises completas da relação nitrito/nitrato na água, utilizando equipamentos de última geração e metodologias reconhecidas internacionalmente.


O serviço inclui:


  • Coleta e preservação adequada das amostras;

  • Determinação individual de nitrito e nitrato;

  • Cálculo da relação entre ambos;

  • Interpretação técnica e emissão de laudos detalhados;

  • Apoio técnico para ações corretivas.


Essas análises atendem a legislações nacionais (CONAMA, Portaria GM/MS 888/2021) e internacionais (OMS, EPA), garantindo resultados confiáveis para decisões ambientais e de saúde pública.


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Conclusão


A análise da relação nitrito/nitrato na água é uma ferramenta poderosa para compreender a dinâmica do nitrogênio em ambientes aquáticos e identificar potenciais riscos à saúde e ao meio ambiente.


Mais do que um simples parâmetro químico, essa relação revela informações sobre a origem da contaminação, o estado redox do meio e a eficiência dos processos de tratamento.


Monitorar e interpretar adequadamente esses dados é essencial para garantir água de qualidade, segurança sanitária e sustentabilidade ambiental.


Se sua empresa, município ou propriedade rural precisa avaliar a presença desses compostos na água, conte com um laboratório especializado para realizar análises precisas e interpretadas com rigor técnico.



A Importância de Escolher o Lab2bio


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FAQ – Perguntas Frequentes


1. Qual a diferença entre nitrito e nitrato?

O nitrito é uma forma intermediária e instável do nitrogênio, enquanto o nitrato é a forma oxidada e mais estável. Ambos podem estar presentes na água em função de processos naturais e antrópicos.


2. Por que a relação nitrito/nitrato é importante?

Porque ela indica o estágio da contaminação e as condições químicas do meio, ajudando a identificar a origem e a evolução dos compostos nitrogenados.


3. Quais são os limites seguros para consumo humano?

Segundo o Ministério da Saúde: até 50 mg/L para nitrato e 3 mg/L para nitrito.


4. Como é feita a análise laboratorial?

O laboratório coleta ou recebe a amostra, realiza medições específicas por métodos colorimétricos ou instrumentais e fornece um relatório técnico interpretativo.


5. O que fazer se os níveis estiverem acima do permitido?

É necessário identificar a fonte da contaminação e adotar medidas corretivas — como tratar a água, melhorar o saneamento ou ajustar o uso de fertilizantes.



 
 
 

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