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Análise de Salmonella na Água: Importância, Métodos e Segurança Hídrica

Introdução


A qualidade da água é um dos pilares fundamentais da saúde pública.


Entre os inúmeros microrganismos patogênicos que podem estar presentes em fontes hídricas, a bactéria Salmonella destaca-se pela sua ampla disseminação, pela resistência ambiental e pelo potencial de causar surtos de doenças de origem hídrica e alimentar.


A análise de Salmonella na água é, portanto, uma etapa essencial no controle sanitário de sistemas de abastecimento, poços, mananciais e águas destinadas a consumo humano ou uso industrial.


A detecção desse patógeno indica contaminação fecal recente e sinaliza falhas nos processos de tratamento ou na proteção da fonte de captação.


Apesar de ser mais conhecida pela sua associação a alimentos contaminados, como carnes e ovos, a Salmonella também pode se propagar pela água contaminada, tornando-se um marcador relevante de risco microbiológico.


Por essa razão, órgãos de vigilância e laboratórios ambientais dedicam esforços contínuos para desenvolver métodos analíticos precisos, sensíveis e rápidos para a sua detecção.


Neste artigo, exploraremos em profundidade o papel da Salmonella como contaminante hídrico, os principais métodos de análise aplicados em laboratórios, as normas e padrões de qualidade exigidos pela legislação, e como laboratórios especializados atuam na garantia da segurança da água.


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Fundamentos Microbiológicos e Ambientais da Salmonella


O gênero Salmonella


O gênero Salmonella pertence à família Enterobacteriaceae e compreende bacilos Gram-negativos, aeróbios facultativos, móveis por flagelos peritriquios e não formadores de esporos.


Atualmente, o gênero é dividido em duas espécies: Salmonella enterica e Salmonella bongori.


A espécie S. enterica é a mais relevante do ponto de vista clínico e ambiental, subdividindo-se em seis subespécies e mais de 2.600 sorotipos.


Entre os mais conhecidos estão S. Typhimurium, S. Enteritidis e S. Typhi, este último causador da febre tifóide.


Essas bactérias são patógenos entéricos — vivem e se multiplicam no trato gastrointestinal de humanos e animais.


Sua presença na água, portanto, é um indicador inequívoco de contaminação fecal.



Ciclo de contaminação hídrica


A Salmonella pode alcançar corpos d’água por diversas vias:


  • Esgotos domésticos ou hospitalares lançados sem tratamento adequado;

  • Efluentes agropecuários, devido ao uso de dejetos animais como adubo;

  • Águas pluviais que escoam sobre áreas contaminadas;

  • Sistemas de distribuição comprometidos, com infiltração de águas superficiais;

  • Recontaminação pós-tratamento, especialmente quando há falhas na cloração.


Esses fatores favorecem a disseminação do patógeno, sobretudo em regiões com infraestrutura sanitária precária ou em atividades agroindustriais com intenso contato com a água.



Persistência ambiental


Embora seja sensível à desinfecção e à pasteurização, a Salmonella pode sobreviver por longos períodos em ambientes aquáticos.


Em águas superficiais e subterrâneas, a bactéria consegue persistir por semanas ou meses, especialmente quando há matéria orgânica que serve de proteção contra agentes oxidantes como o cloro.


Estudos demonstram que a Salmonella forma biofilmes — estruturas complexas em superfícies como tubulações e reservatórios —, o que dificulta sua remoção e contribui para contaminações recorrentes.



Riscos à saúde pública


A infecção causada pela Salmonella, conhecida como salmonelose, manifesta-se principalmente como gastroenterite aguda, com sintomas de febre, diarreia, cólicas abdominais, náusea e vômito.


Em casos mais graves, pode evoluir para bacteremia e infecções sistêmicas, especialmente em crianças, idosos e pessoas imunocomprometidas.


A via hídrica é particularmente preocupante, pois mesmo baixas doses infecciosas (de 10² a 10³ células viáveis) podem causar doença.


Isso significa que um simples consumo de água contaminada é suficiente para desencadear surtos.



Métodos de Análise de Salmonella na Água


A análise de Salmonella na água visa confirmar a presença (ou ausência) do microrganismo e, em alguns casos, identificar o sorotipo.


Os métodos analíticos podem ser classificados em tradicionais (cultura microbiológica) e modernos (moleculares e rápidos).



Métodos clássicos de cultura


O método de referência mais aceito é o descrito na ISO 19250:2010 — Water quality — Detection of Salmonella spp., amplamente seguido por laboratórios acreditados.


Etapas principais:


  1. Pré-enriquecimento

    Amostra de água (geralmente 1 L) é concentrada por filtração por membrana (0,45 µm). O filtro é incubado em caldo não seletivo, como o caldo tampão peptonado, permitindo a recuperação de células lesionadas.


  2. Enriquecimento seletivo

    Parte do pré-enriquecimento é transferida para meios seletivos, como o caldo Rappaport-Vassiliadis (RV) e o caldo tetrationato (TT), que favorecem o crescimento de Salmonella e inibem outras bactérias.


  3. Isolamento em meios sólidos

    As culturas são semeadas em ágar XLD (Xilose-Lisina-Desoxicolato), ágar SS (Salmonella-Shigella) ou ágar Hektoen enteric, permitindo observar colônias típicas (geralmente incolores com centro preto).


  4. Provas bioquímicas e sorológicas

    Colônias suspeitas são confirmadas por testes bioquímicos (TSI, LIA, urease, citrato, etc.) e, se necessário, por sorotipagem com antissoros específicos.


Vantagens e limitações


  • ✅ Alta especificidade e reconhecido como método oficial;

  • ⚠️ Tempo de análise elevado (3 a 5 dias);

  • ⚠️ Possibilidade de resultados falso-negativos se as células estiverem viáveis, porém não cultiváveis (VNC).



Métodos rápidos e moleculares


Com o avanço da biotecnologia, métodos moleculares vêm sendo incorporados à rotina laboratorial, reduzindo o tempo de resposta e aumentando a sensibilidade.


a) PCR convencional e em tempo real (qPCR)


A Reação em Cadeia da Polimerase (PCR) detecta sequências específicas de DNA da Salmonella, como os genes invA e hilA, que estão relacionados à invasão celular.


  • Vantagens: alta sensibilidade e especificidade; resultado em menos de 24 h.

  • Desvantagens: requer pessoal qualificado e equipamentos específicos; não diferencia células vivas de mortas.



b) PCR digital e LAMP (Loop-Mediated Isothermal Amplification)


Essas variantes oferecem maior robustez e podem ser aplicadas diretamente em campo. A técnica LAMP, por exemplo, amplifica o DNA em temperatura constante, sem necessidade de termociclador.



c) Biossensores e métodos eletroquímicos


Novas plataformas vêm sendo desenvolvidas com biossensores baseados em anticorpos, aptâmeros ou nanopartículas, capazes de detectar Salmonella em tempo real.


Esses dispositivos integram biologia molecular e nanotecnologia, permitindo monitoramentos rápidos em indústrias e estações de tratamento.



Normas e legislação


A Portaria GM/MS nº 888/2021 (Brasil) estabelece os padrões de potabilidade da água destinada ao consumo humano.


Embora Salmonella não esteja listada como parâmetro de rotina (ao contrário de coliformes), sua ausência é obrigatória em águas de consumo e recreação.


Normas internacionais, como a EPA Method 1682 (EUA) e a ISO 19250:2010, definem procedimentos laboratoriais para detecção de Salmonella spp. em diferentes tipos de água, incluindo água de abastecimento, águas residuais e de superfície.



Implicações para a Segurança Hídrica e Setores Produtivos


Saúde pública e vigilância epidemiológica


Casos de salmonelose associada à água contaminada são frequentemente subnotificados, mas representam risco real, sobretudo em comunidades rurais e regiões sem saneamento adequado.


A presença de Salmonella em águas recreativas ou de irrigação também pode indiretamente contaminar alimentos.


Por isso, programas de vigilância microbiológica e monitoramento de fontes hídricas são ferramentas estratégicas de saúde pública.



Impacto no setor industrial


Indústrias de bebidas, alimentos processados, farmacêuticas e cosméticas dependem de água microbiologicamente segura em seus processos.


A detecção de Salmonella pode resultar em interdição de lotes, recall de produtos e danos à imagem da empresa.


Por isso, empresas comprometidas com a qualidade contratam laboratórios acreditados para realizar a análise de Salmonella na água, garantindo conformidade com normas ISO, ANVISA e MAPA.



Água para irrigação e uso agrícola


A água utilizada na irrigação de frutas e hortaliças também deve estar livre de Salmonella.


A contaminação nesse ponto da cadeia pode resultar em produtos frescos contaminados, como já observado em surtos de Salmonella enterica associados a alfaces e tomates irrigados com águas superficiais contaminadas.



O Serviço de Análise de Salmonella na Água Oferecido pelo Laboratório


Laboratórios especializados em análises microbiológicas desempenham papel central na prevenção de riscos hídricos.


O serviço de análise de Salmonella na água oferecido por laboratórios acreditados segue protocolos rigorosos, baseados em normas nacionais e internacionais.



Etapas do serviço


  1. Coleta e transporte – realizada por profissionais treinados, seguindo padrões de amostragem da ABNT NBR 9898.

  2. Concentração e enriquecimento – filtragem da amostra e cultivo seletivo conforme ISO 19250.

  3. Detecção e confirmação – aplicação de métodos de cultura, PCR e/ou biossensores, conforme necessidade do cliente.

  4. Laudo técnico e interpretação – emissão de relatório completo, indicando presença/ausência e recomendações corretivas.



Diferenciais


  • Laboratórios com acreditação ISO/IEC 17025 garantem rastreabilidade e confiabilidade dos resultados;

  • Possibilidade de integração com outros parâmetros microbiológicos (coliformes, E. coli, Pseudomonas, etc.);

  • Suporte técnico personalizado, auxiliando empresas e municípios no controle da qualidade da água.



Aplicações


  • Água potável e de consumo humano;

  • Água de irrigação e uso agrícola;

  • Águas de processo industrial;

  • Águas recreativas (piscinas, parques aquáticos, balneários);

  • Águas residuais e de reuso.


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Conclusão


A análise de Salmonella na água é uma ferramenta indispensável na gestão da qualidade e segurança hídrica.


A presença dessa bactéria indica risco sanitário e a necessidade imediata de ações corretivas.


Com o avanço de métodos moleculares e sensores rápidos, a detecção de Salmonella tornou-se mais eficiente, sensível e acessível, permitindo respostas rápidas em situações de emergência.


Laboratórios especializados desempenham papel essencial nesse processo, oferecendo monitoramento microbiológico confiável para setores públicos e privados.


Garantir que a água esteja livre de Salmonella é garantir saúde, qualidade de vida e sustentabilidade ambiental.



A Importância de Escolher o Lab2bio


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FAQ – Perguntas Frequentes


1. A Salmonella pode realmente sobreviver em água tratada?

Sim. Embora a cloração seja eficaz, a bactéria pode persistir em biofilmes ou em situações de subdosagem de desinfetante.


2. Quais tipos de água devem ser analisados?

Todas as águas de consumo, recreação, irrigação ou uso industrial que possam ter contato com pessoas ou alimentos.


3. Qual é o tempo médio de análise de Salmonella na água?

Entre 3 e 5 dias pelos métodos clássicos, ou menos de 24 h por técnicas moleculares.


4. A presença de coliformes indica a presença de Salmonella?

Não necessariamente, mas ambos são indicadores de contaminação fecal. A presença de coliformes exige investigação adicional.


5. Como contratar o serviço de análise?

O cliente pode solicitar a coleta e o laudo completo junto ao laboratório, que oferece atendimento técnico especializado e amostragem padronizada.




 
 
 

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