Importância de Analisar a Presença de Coliformes em Reservatórios
- Enfermeira Natalia Balsalobre
- há 19 horas
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Introdução: a qualidade da água começa no armazenamento
A água é um recurso essencial para a vida e para praticamente todas as atividades humanas, desde o consumo doméstico até os processos industriais.
No entanto, a qualidade da água pode ser rapidamente comprometida se não houver cuidados adequados com sua origem, tratamento e, sobretudo, armazenamento.
Os reservatórios de água — sejam caixas d’água, cisternas, tanques ou reservatórios industriais — têm papel fundamental nesse contexto.
Eles garantem a disponibilidade do recurso, mas também representam pontos críticos de contaminação microbiológica, especialmente quando mal higienizados ou expostos a fontes externas de poluição.
Entre os principais indicadores dessa contaminação estão os coliformes, um grupo de bactérias que serve como parâmetro de qualidade sanitária da água.
A análise da presença de coliformes em reservatórios é, portanto, uma prática indispensável tanto para assegurar a potabilidade da água quanto para prevenir riscos à saúde pública.
O monitoramento microbiológico de reservatórios não é apenas uma exigência técnica; é uma medida de proteção coletiva.
A presença de coliformes indica que há brechas no sistema de armazenamento — seja por infiltração, ausência de limpeza, falhas estruturais ou contaminação cruzada.
Entender a importância dessas análises, seus fundamentos e consequências é essencial para gestores, empresas, instituições públicas e também para residências que armazenam água em grande volume.
Este artigo aprofunda o tema sob uma perspectiva técnico-científica, explicando o papel dos coliformes como indicadores microbiológicos, as metodologias de análise, os riscos associados e as boas práticas de controle.
Ao final, apresentamos como o laboratório pode auxiliar na análise microbiológica de reservatórios, garantindo resultados precisos e seguros para a tomada de decisão.

Fundamentos microbiológicos: o que são os coliformes e por que eles importam
O termo “coliformes” refere-se a um grupo de bactérias amplamente distribuídas no ambiente, especialmente em solos, vegetação e no trato intestinal de animais de sangue quente.
Esse grupo é utilizado como indicador de contaminação microbiológica, pois sua presença em água tratada ou armazenada pode sugerir que houve contato com matéria orgânica, esgoto ou fezes humanas e animais.
Coliformes totais e coliformes termotolerantes
De modo geral, os coliformes são divididos em dois grandes subgrupos:
- Coliformes totais: incluem bactérias dos gêneros Enterobacter, Klebsiella, Citrobacter e Escherichia. São amplamente encontrados no ambiente e indicam contaminação ambiental, podendo refletir falta de higiene, presença de matéria orgânica ou crescimento bacteriano no sistema de distribuição e armazenamento. 
- Coliformes termotolerantes (ou fecais): formam um grupo mais restrito, que sobrevive e se multiplica a temperaturas mais elevadas (cerca de 44,5 °C). Entre eles, destaca-se a Escherichia coli, considerada o principal indicador de contaminação fecal recente. 
A detecção de coliformes termotolerantes — e especialmente de E. coli — em reservatórios é um sinal de alerta grave, pois indica que microrganismos patogênicos podem estar presentes na água, como Salmonella spp., Shigella spp., Giardia lamblia e vírus entéricos.
Indicadores de qualidade sanitária
Na microbiologia de águas, a análise de coliformes é uma ferramenta indireta de avaliação da segurança sanitária.
Isso ocorre porque é inviável testar continuamente todas as possíveis bactérias, vírus e protozoários patogênicos.
Assim, a presença de coliformes funciona como um marcador da eficiência do sistema de tratamento e da integridade do armazenamento.
De acordo com o Ministério da Saúde (Portaria GM/MS nº 888/2021), a água potável não deve conter coliformes termotolerantes nem E. coli em 100mL de amostra.
A presença desses microrganismos em reservatórios de água destinados ao consumo humano é inaceitável e demanda ações corretivas imediatas, como limpeza, desinfecção e reavaliação estrutural.
Origem da contaminação em reservatórios
As principais fontes de contaminação por coliformes em reservatórios incluem:
- Falta de vedação adequada da tampa ou presença de rachaduras que permitem a entrada de insetos, poeira e pequenos animais. 
- Ausência de limpeza periódica, resultando em acúmulo de biofilme e matéria orgânica nas paredes internas. 
- Conexões cruzadas entre tubulações de água potável e águas servidas. 
- Contaminação durante o reabastecimento por caminhões-pipa, que podem não atender aos padrões de qualidade microbiológica. 
- Manutenção inadequada de filtros, válvulas e pontos de descarga. 
Compreender essas causas é essencial para interpretar os resultados de análises e planejar estratégias de controle eficazes.
Riscos associados à presença de coliformes em reservatórios
A presença de coliformes, especialmente E. coli, em um reservatório de água representa um risco real à saúde pública.
Ainda que nem todos os coliformes sejam patogênicos, sua detecção indica que o sistema foi vulnerável a contaminação fecal — e, portanto, que outros microrganismos potencialmente perigosos podem estar presentes.
Implicações para a saúde humana
O consumo de água contaminada por coliformes fecais pode causar uma série de doenças infecciosas, incluindo:
- Gastroenterites bacterianas, com sintomas como diarreia, náuseas, febre e cólicas abdominais. 
- Infecções urinárias e sistêmicas, no caso de cepas patogênicas de E. coli. 
- Febre tifoide e paratifoide, causadas por Salmonella typhi e S. paratyphi. 
- Dizenteria bacilar, causada por Shigella spp. 
- Doenças parasitárias e virais, como giardíase e hepatite A, que frequentemente acompanham a contaminação fecal. 
Essas enfermidades são especialmente preocupantes para crianças, idosos e pessoas imunocomprometidas, que apresentam maior vulnerabilidade.
Impactos em sistemas industriais e institucionais
Nos ambientes industriais e hospitalares, a presença de coliformes pode comprometer processos produtivos e gerar não conformidades sanitárias.
Indústrias de alimentos, bebidas, farmacêuticas e laboratórios precisam garantir água livre de contaminação microbiológica, uma vez que ela pode afetar diretamente a segurança de produtos e equipamentos.
Em escolas, hospitais e edifícios públicos, reservatórios contaminados representam risco coletivo, podendo disseminar surtos de doenças de origem hídrica.
Além disso, falhas nessa área podem resultar em sanções legais, interdições e danos à reputação institucional.
Consequências econômicas e ambientais
O custo da negligência pode ser elevado. Intervenções corretivas emergenciais, paralisação de atividades e retrabalho em processos industriais são consequências comuns de uma contaminação não monitorada.
Do ponto de vista ambiental, o descarte incorreto de águas contaminadas pode contribuir para poluir mananciais e comprometer ecossistemas aquáticos.
Em resumo, analisar a presença de coliformes em reservatórios não é um gasto, mas um investimento em segurança sanitária, credibilidade institucional e sustentabilidade ambiental.
Metodologias de análise e monitoramento de coliformes em reservatórios
A análise microbiológica de coliformes segue metodologias padronizadas, que envolvem amostragem criteriosa, preparo da amostra, incubação e interpretação de resultados.
Coleta e transporte de amostras
A etapa de coleta é determinante para a confiabilidade do resultado. Devem ser utilizados frascos esterilizados contendo tiossulfato de sódio, para neutralizar o cloro residual presente na água.
A amostragem deve ser feita diretamente dos pontos representativos do reservatório (saídas, drenos, registros) e transportada sob refrigeração até o laboratório, em no máximo 6 horas.
Métodos de detecção
Os principais métodos utilizados para detecção de coliformes em reservatórios são:
- Técnica do número mais provável (NMP): método estatístico que estima o número de bactérias com base em séries de tubos contendo meios de cultura específicos. 
- Técnica de membrana filtrante: a amostra é filtrada e o filtro é incubado sobre meio seletivo, permitindo a contagem direta de colônias típicas. 
- Testes rápidos colorimétricos e enzimáticos: empregam reagentes que mudam de cor na presença de enzimas características dos coliformes, como β-galactosidase e β-glucuronidase. 
Cada método apresenta vantagens específicas. O NMP é amplamente usado em análises de rotina, enquanto as técnicas enzimáticas proporcionam resultados rápidos, ideais para decisões emergenciais.
Frequência e interpretação de resultados
A frequência ideal de monitoramento depende do uso da água e das condições do sistema.
Em ambientes residenciais, recomenda-se análise pelo menos a cada seis meses; em indústrias e estabelecimentos de saúde, o controle deve ser mensal ou trimestral, conforme normas internas e exigências sanitárias.
Os resultados devem ser interpretados de acordo com os limites estabelecidos na legislação.
A presença de coliformes termotolerantes ou E. coli exige ação imediata: limpeza e desinfecção do reservatório, repetição da análise e investigação da fonte de contaminação.
Boas práticas de gestão e controle de reservatórios
Além das análises laboratoriais, a prevenção é o melhor caminho para manter a segurança microbiológica dos reservatórios.
Limpeza e desinfecção periódica
A limpeza deve ser feita no mínimo a cada seis meses (ou com maior frequência, se houver suspeita de contaminação).
O procedimento inclui esvaziamento completo, escovação das superfícies internas, enxágue e aplicação de solução clorada na concentração adequada.
Vedação e integridade estrutural
Tampas bem ajustadas, ausência de rachaduras e proteção contra entrada de animais e insetos são requisitos básicos.
É importante verificar também o estado das tubulações e conexões, evitando refluxos.
Controle de biofilmes
Os biofilmes são camadas de microrganismos aderidos às superfícies internas dos reservatórios, difíceis de remover e resistentes à cloração.
O controle exige limpeza mecânica eficiente e manutenção regular para evitar acúmulo de material orgânico.
Treinamento e registro das atividades
Em ambientes institucionais, é fundamental manter registros documentais das limpezas, análises e manutenções realizadas.
O treinamento das equipes técnicas garante que os procedimentos sejam realizados com segurança e conformidade.
Como o laboratório pode auxiliar na análise de coliformes em reservatórios
O laboratório oferece serviços especializados em análise microbiológica de água e monitoramento de reservatórios, utilizando metodologias reconhecidas e equipamentos de alta precisão.
Os principais diferenciais incluem:
- Amostragem técnica realizada conforme normas da ABNT e portarias do Ministério da Saúde. 
- Métodos analíticos certificados, com emissão de laudos válidos para órgãos de vigilância sanitária. 
- Equipe técnica qualificada, com experiência em microbiologia ambiental e sanitária. 
- Apoio na interpretação dos resultados e orientações corretivas personalizadas. 
Esses serviços são voltados tanto para empresas e instituições públicas quanto para condomínios e residências, assegurando que a água armazenada atenda aos padrões microbiológicos de segurança.
Ao contratar um laboratório especializado, o cliente obtém dados confiáveis e suporte técnico, essenciais para cumprir normas, proteger a saúde e manter a credibilidade institucional.

Conclusão
A análise da presença de coliformes em reservatórios é uma medida essencial de vigilância sanitária e prevenção de riscos à saúde pública.
Ela permite identificar falhas no armazenamento, direcionar ações corretivas e garantir que a água utilizada — seja para consumo, processos industriais ou fins institucionais — permaneça dentro dos padrões de qualidade exigidos.
Reservatórios bem cuidados e monitorados representam segurança, economia e responsabilidade ambiental.
Investir em análises microbiológicas periódicas não é apenas cumprir uma norma; é agir com consciência e compromisso com a saúde coletiva.
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Perguntas Frequentes (FAQ)
1. O que são coliformes?
São bactérias utilizadas como indicadores de contaminação microbiológica da água. A presença de coliformes totais ou fecais pode indicar falhas na higiene ou contaminação por fezes.
2. Qual a diferença entre coliformes totais e termotolerantes?
Os coliformes totais podem ter origem ambiental, enquanto os termotolerantes (como E. coli) indicam contaminação fecal recente.
3. Com que frequência devo analisar a água do reservatório?
Residências: a cada 6 meses. Empresas e instituições: mensal ou trimestralmente, conforme exigências sanitárias.
4. O que fazer se forem encontrados coliformes?
Deve-se realizar limpeza e desinfecção imediata do reservatório e repetir a análise. É importante identificar e corrigir a causa da contaminação.
5. O laboratório realiza a coleta da amostra?
Sim. A coleta técnica garante a validade do resultado e é feita conforme normas específicas de amostragem.






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