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Análise da Qualidade da Água em Reservatórios Inferiores: Importância, Métodos e Boas Práticas

Introdução: A relevância da água armazenada nos reservatórios inferiores


A água é um recurso essencial à vida e ao funcionamento de praticamente todas as atividades humanas, desde o consumo direto até os processos industriais e agrícolas.


Entretanto, a qualidade dessa água depende fortemente das condições de armazenamento e do ambiente em que se encontra.


Os reservatórios inferiores, estruturas frequentemente utilizadas em edifícios, indústrias, condomínios, hospitais e instituições públicas, desempenham papel crucial nesse contexto.


Eles garantem o abastecimento contínuo mesmo em situações de interrupção na rede pública, mas também podem se tornar um ponto crítico de contaminação caso não sejam devidamente monitorados.


A análise da qualidade da água em reservatórios inferiores é, portanto, um processo fundamental tanto para assegurar a segurança sanitária quanto para o cumprimento das normas vigentes — como a Portaria GM/MS nº 888/2021, que estabelece os padrões de potabilidade da água para consumo humano no Brasil.


Esses reservatórios, localizados abaixo do nível do solo, estão mais suscetíveis à contaminação por infiltração, acúmulo de sedimentos e proliferação de microrganismos.


Além disso, a falta de manutenção periódica e de controle analítico adequado pode comprometer não apenas o sistema hidráulico, mas também a saúde dos usuários.


O objetivo deste artigo é apresentar, de forma técnica e acessível, os principais aspectos relacionados à análise da qualidade da água em reservatórios inferiores, abrangendo desde os parâmetros físico-químicos e microbiológicos até os métodos laboratoriais, normas técnicas e práticas recomendadas para garantir a segurança e a conformidade da água armazenada.


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O que são reservatórios inferiores e por que exigem atenção especial


Os reservatórios inferiores são estruturas subterrâneas ou semienterradas destinadas ao armazenamento temporário de água, que posteriormente é bombeada para reservatórios superiores ou distribuída diretamente.


Diferentemente dos reservatórios elevados, esses sistemas estão em contato direto com o solo e, muitas vezes, próximos a redes de esgoto, áreas úmidas ou sistemas de drenagem, o que aumenta o risco de contaminação.



Tipos e materiais de reservatórios inferiores


Esses reservatórios podem ser construídos em alvenaria, concreto, fibra de vidro, aço inoxidável ou polietileno, e cada material possui vantagens e vulnerabilidades distintas:


  • Concreto: durável, porém poroso, o que pode favorecer infiltrações e o acúmulo de biofilmes se não for adequadamente impermeabilizado.

  • Fibra de vidro e polietileno: apresentam menor risco de corrosão, mas são sensíveis à temperatura e a danos mecânicos.

  • Aço inoxidável: material de alta resistência, ideal para sistemas industriais e hospitalares, embora mais oneroso.



Riscos associados ao armazenamento subterrâneo


A posição subterrânea facilita a infiltração de águas pluviais contaminadas, especialmente quando há fissuras na estrutura.


Além disso, a falta de ventilação e o acúmulo de matéria orgânica podem favorecer o crescimento de bactérias heterotróficas, coliformes totais e Escherichia coli — indicadores clássicos de contaminação fecal.


Outro fator relevante é o assoreamento causado por partículas sólidas que se depositam ao longo do tempo.


Esse sedimento pode alterar a turbidez da água e interferir em parâmetros químicos, como o teor de ferro e manganês.



Parâmetros avaliados na análise da qualidade da água


A análise da qualidade da água em reservatórios inferiores envolve um conjunto de ensaios físico-químicos, microbiológicos e, em alguns casos, toxicológicos.


Esses parâmetros indicam o estado sanitário da água e seu enquadramento em relação aos padrões legais.



Parâmetros físico-químicos


Os parâmetros físico-químicos são essenciais para avaliar as propriedades sensoriais, a presença de substâncias químicas indesejáveis e a estabilidade do sistema. Entre os principais estão:


  • pH – Indica o grau de acidez ou alcalinidade. Valores fora da faixa de 6,0 a 9,5 podem afetar o sabor da água e corroer tubulações.

  • Turbidez – Mede a presença de partículas em suspensão. Deve ser inferior a 1,0 UNT em sistemas de distribuição, segundo a Portaria GM/MS 888/2021.

  • Cor aparente e verdadeira – Podem indicar a presença de metais dissolvidos ou matéria orgânica.

  • Condutividade elétrica – Relacionada à concentração de íons na água; valores elevados podem sugerir contaminação por sais ou esgoto.

  • Cloro residual livre – Fundamental para a desinfecção. Deve ser mantido entre 0,2 e 2,0 mg/L na saída do reservatório.

  • Oxigênio dissolvido (OD) – Importante para avaliar processos biológicos e aeração do sistema.

  • Temperatura – Influencia a solubilidade de gases e o crescimento microbiano.



Parâmetros microbiológicos


A avaliação microbiológica é a etapa mais crítica da análise, pois detecta a presença de microrganismos potencialmente patogênicos.


Os principais indicadores são:


  • Coliformes totais: sinalizam contaminação ambiental recente ou biofilmes no reservatório.

  • Escherichia coli: indicador específico de contaminação fecal e risco sanitário direto.

  • Pseudomonas aeruginosa: comum em sistemas hospitalares e industriais, pode indicar falta de higienização.

  • Bactérias heterotróficas: representam a carga microbiana geral da água.



Parâmetros químicos e metais pesados


Dependendo da origem e uso da água, podem ser investigados também:


  • Nitratos e nitritos – provenientes de infiltração de esgoto ou fertilizantes.

  • Ferro e manganês – resultantes da corrosão de tubulações ou de fontes naturais.

  • Chumbo, cádmio e cobre – metais tóxicos cuja presença deve ser rigorosamente controlada.

  • Pesticidas e hidrocarbonetos – em locais próximos a áreas agrícolas ou industriais.



Métodos laboratoriais utilizados na análise


Os laboratórios especializados utilizam metodologias padronizadas por órgãos nacionais e internacionais, como a ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas), Standard Methods for the Examination of Water and Wastewater (APHA, AWWA, WEF) e a ISO (International Organization for Standardization).



Amostragem e preservação


A confiabilidade dos resultados depende, primeiramente, de uma amostragem correta.


As coletas devem ser realizadas em frascos esterilizados, de preferência após a homogeneização da água do reservatório.


Amostras microbiológicas são mantidas sob refrigeração (4 °C) e analisadas em até 24 horas.



Ensaios físico-químicos


  • pH – Medido com eletrodo potenciométrico.

  • Turbidez – Determinada por nefelometria (NTU).

  • Cor – Avaliada por espectrofotometria.

  • Cloro residual – Determinado por método colorimétrico DPD.

  • Condutividade – Medida com condutivímetro digital.



Ensaios microbiológicos


  • Coliformes totais e E. coli – Método dos tubos múltiplos ou filtração por membrana, seguido de incubação e leitura em meios seletivos.

  • Contagem de bactérias heterotróficas – Método pour plate em PCA (Plate Count Agar).

  • Pseudomonas aeruginosa – Isolamento em meio cetrimida e confirmação bioquímica.



Frequência e importância do monitoramento


A análise periódica da água armazenada é essencial para manter o controle sanitário do sistema.


Recomenda-se que a análise da qualidade da água em reservatórios inferiores seja realizada, no mínimo, duas vezes por ano — ou com maior frequência em ambientes críticos, como hospitais, escolas, indústrias alimentícias e condomínios de grande porte.


A limpeza e desinfecção dos reservatórios devem ser feitas a cada seis meses, conforme orientação da ABNT NBR 5626.


O procedimento deve ser seguido por uma análise laboratorial completa, garantindo que o reservatório volte a operar dentro dos padrões de potabilidade.



Impactos da falta de controle na saúde e nos sistemas hidráulicos


Quando o monitoramento da água armazenada é negligenciado, os efeitos podem ser graves.


Do ponto de vista sanitário, há risco de surtos de doenças como gastroenterites, hepatite A, febre tifóide e infecções oportunistas.


No aspecto técnico, a presença de sólidos e biofilmes compromete o funcionamento de bombas, válvulas e filtros, gerando aumento de custos e perda de eficiência energética.


Além disso, a corrosão causada por águas com pH inadequado ou excesso de cloro pode reduzir significativamente a vida útil das tubulações.



Boas práticas de manutenção e controle


Para garantir a qualidade da água armazenada, recomenda-se um conjunto de boas práticas preventivas:


1. Inspeção visual periódica – Verificar presença de rachaduras, infiltrações, odores e cor anormal.

2. Limpeza e desinfecção semestrais – Utilizando solução clorada (200 mg/L) com tempo mínimo de contato de 30 minutos.

3. Manutenção das tampas e vedação – Evitar entrada de insetos e poeira.

4. Controle de resíduos sólidos – Retirar sedimentos acumulados no fundo.

5. Monitoramento laboratorial regular – Realizado por laboratório acreditado, garantindo rastreabilidade dos resultados.

6. Registro e rastreamento histórico – Manter relatórios analíticos e laudos técnicos arquivados.



O papel do laboratório na segurança da água


O laboratório de análises ambientais e microbiológicas é o principal parceiro técnico para garantir que a água armazenada atenda aos padrões legais.



Através de metodologias validadas, equipamentos calibrados e profissionais especializados, o laboratório é capaz de detectar contaminações ainda em níveis iniciais, permitindo ações corretivas rápidas.


Além disso, laboratórios com acreditação ISO/IEC 17025 asseguram confiabilidade metrológica e rastreabilidade dos ensaios.


Essa confiabilidade é essencial para instituições que precisam apresentar laudos técnicos a órgãos fiscalizadores, como vigilâncias sanitárias municipais ou estaduais.


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Conclusão


A análise da qualidade da água em reservatórios inferiores é uma medida indispensável de segurança e saúde pública.



Embora muitas vezes negligenciada, a água armazenada nesses reservatórios pode se tornar um vetor de contaminação se não for periodicamente monitorada e tratada.



Adotar rotinas de coleta, análise laboratorial e manutenção preventiva reduz riscos sanitários, evita prejuízos técnicos e assegura o cumprimento das normas vigentes.


Para instituições, condomínios e empresas, investir nesse tipo de monitoramento é mais do que uma exigência legal — é um compromisso com a saúde, a eficiência operacional e a sustentabilidade.



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FAQ – Perguntas Frequentes


1. Com que frequência deve ser feita a análise da água do reservatório inferior?

Recomenda-se a cada seis meses, especialmente após limpezas ou manutenções.


2. Que pode realizar a análise da qualidade da água?

Somente laboratórios devidamente acreditados e com métodos reconhecidos pela legislação vigente.


3. O que acontece se a água estiver fora dos padrões?

Deve-se realizar limpeza imediata do reservatório, revisar o sistema de abastecimento e repetir as análises após a desinfecção.


4. É possível detectar metais pesados na análise?

Sim. Ensaios específicos podem identificar metais como chumbo, cobre, cádmio e mercúrio.


5. A análise é obrigatória por lei?

Embora não haja exigência direta para uso doméstico, estabelecimentos comerciais, industriais e institucionais devem manter laudos atualizados, conforme exigência da vigilância sanitária.



 
 
 

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