Cromo na Água: O Que É, Por Que é Perigoso e Como Detectar
- Enfermeira Natalia Balsalobre
- 7 de set. de 2023
- 5 min de leitura
Introdução
A água é um recurso essencial para a vida e para o funcionamento de praticamente todas as atividades humanas.
Seja para consumo, irrigação, processos industriais ou recreação, espera-se que ela esteja livre de contaminantes que possam comprometer a saúde e o meio ambiente.
No entanto, entre os diversos poluentes que podem estar presentes, o cromo se destaca por seu potencial tóxico e pela frequência com que aparece em águas superficiais e subterrâneas próximas a áreas industriais.
O cromo é um elemento químico metálico que, em pequenas quantidades, pode desempenhar funções biológicas importantes.
Porém, quando presente em concentrações elevadas, especialmente em sua forma hexavalente, representa um sério risco à saúde humana e aos ecossistemas aquáticos.
A análise de cromo na água é, portanto, uma etapa essencial no controle da qualidade, permitindo identificar níveis acima dos limites legais e adotar medidas corretivas.
Neste artigo, vamos entender de forma detalhada o que é o cromo, como ele chega até a água, quais são seus riscos, quais os métodos mais utilizados para detectá-lo e por que realizar essa análise em um laboratório especializado é a forma mais segura de proteger a saúde e cumprir a legislação.

Cromo na Água: Origem e Tipos
O cromo (símbolo Cr) ocorre naturalmente na crosta terrestre, estando presente em rochas, solos e minerais. Contudo, a sua presença na água em concentrações elevadas geralmente está associada a atividades humanas.
1. Formas químicas mais comuns
Na água, o cromo é encontrado principalmente em duas formas de oxidação:
Cromo trivalente – Cr(III): É a forma mais estável e menos tóxica. Em baixas concentrações, pode desempenhar um papel no metabolismo de carboidratos e lipídios, mas em excesso também é prejudicial.
Cromo hexavalente – Cr(VI): Altamente tóxico, solúvel em água e de fácil absorção pelo organismo. É reconhecido como carcinogênico para humanos pela Agência Internacional de Pesquisa em Câncer (IARC).
2. Fontes de contaminação
O cromo pode chegar à água por vias naturais ou antropogênicas:
Naturais: Lixiviação de minerais que contêm cromo.
Humanas:
Descarga de efluentes industriais (curtumes, galvanoplastia, fabricação de pigmentos e tintas, produção de aço inoxidável).
Resíduos de mineração.
Disposição inadequada de resíduos sólidos.
3. Comportamento na água
O comportamento do cromo na água depende do pH, da presença de outros íons e das condições de oxirredução.
Em águas oxigenadas e de pH neutro a alcalino, o Cr(VI) tende a predominar.
Já em condições redutoras e pH mais baixo, há conversão para Cr(III), que tende a precipitar.
Impactos do Cromo na Saúde e no Meio Ambiente
O efeito do cromo sobre organismos vivos está diretamente ligado à sua forma química.
1. Saúde humana
Cr(III): Em quantidades adequadas, é um micronutriente. Em excesso, pode causar problemas gastrointestinais e renais.
Cr(VI): É extremamente tóxico, podendo causar:
Irritação e ulcerações na pele e mucosas.
Problemas respiratórios quando inalado.
Danos ao fígado e rins.
Alterações no sistema imunológico.
Câncer, especialmente de pulmão, quando a exposição é crônica.
A ingestão de água contaminada com Cr(VI) é particularmente preocupante, pois este íon atravessa facilmente as membranas celulares e gera radicais livres, que danificam DNA e proteínas.
2. Meio ambiente
O cromo afeta organismos aquáticos mesmo em baixas concentrações, prejudicando processos metabólicos e causando bioacumulação.
Peixes, moluscos e crustáceos podem acumular cromo nos tecidos, o que, por sua vez, pode atingir a cadeia alimentar humana.
Limites Legais e Normas Técnicas
A concentração máxima de cromo permitida na água é estabelecida por legislações nacionais e internacionais.
1. No Brasil
A Portaria GM/MS nº 888/2021 define:
Cromo total: 0,05 mg/L para água destinada ao consumo humano.
2. Organismos internacionais
OMS (Organização Mundial da Saúde): Recomenda o mesmo limite de 0,05 mg/L para cromo total.
EPA (Agência de Proteção Ambiental dos EUA): Limite de 0,1 mg/L para cromo total, com proposta de revisão específica para Cr(VI).
Cumprir esses limites é fundamental não apenas para proteger a saúde, mas também para evitar penalidades e assegurar a conformidade com licenças ambientais.
Métodos de Análise de Cromo na Água
A análise de cromo exige técnicas sensíveis e confiáveis. O processo começa com coleta e preservação adequadas da amostra, geralmente em frascos de polietileno ou vidro, acidificados com ácido nítrico para evitar adsorção do metal nas paredes do recipiente.
1. Técnicas laboratoriais comuns
Espectrometria de absorção atômica (AAS):
Chama (FAAS): Indicada para concentrações mais altas.
Forno de grafite (GFAAS): Alta sensibilidade, detecta níveis muito baixos.
ICP-MS (Espectrometria de massas com plasma indutivamente acoplado): Alta sensibilidade e capacidade de detectar múltiplos elementos simultaneamente.
Espectrofotometria UV-Vis: Utiliza reagentes específicos (ex.: 1,5-difenilcarbazida) para determinação de Cr(VI).
Voltametria de redissolução: Método eletroquímico preciso para especiação.
2. Cromo total vs especiação
Cromo total: Inclui todas as formas presentes (Cr(III) + Cr(VI)).
Especiação: Permite diferenciar as formas, importante para avaliação toxicológica.
Por que Realizar a Análise em Laboratório Credenciado
Confiabilidade: Equipamentos calibrados e procedimentos validados.
Conformidade legal: Atendimento às exigências de órgãos reguladores.
Laudos técnicos: Documentos que podem ser usados em processos de licenciamento ou auditorias.
Suporte especializado: Interpretação dos resultados e recomendações.
Exemplos de aplicação:
Empresas de saneamento monitorando a qualidade da água distribuída.
Indústrias que precisam controlar efluentes antes do descarte.
Municípios avaliando possíveis fontes de contaminação.
Residências e condomínios próximos a áreas industriais.

Conclusão
O cromo na água é um contaminante que merece atenção constante. Enquanto o Cr(III) pode ter papel biológico, o Cr(VI) é um risco comprovado à saúde e ao meio ambiente.
A análise de cromo na água não é apenas uma exigência legal — é um investimento na saúde, na preservação ambiental e na reputação das empresas. Monitorar e agir preventivamente é sempre a melhor estratégia.
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FAQ – Análise de Cromo na Água
1. O que é o cromo na água?
O cromo é um elemento químico que pode estar presente na água em diferentes formas, sendo o cromo hexavalente (Cr(VI)) o mais perigoso. Pode ter origem natural ou proveniente de atividades humanas, como processos industriais.
2. Qual é o limite permitido de cromo na água?
No Brasil, a Portaria GM/MS nº 888/2021 estabelece o limite máximo de 0,05 mg/L para cromo total em água destinada ao consumo humano.
3. Como o cromo chega à água potável?
As principais fontes de contaminação são efluentes industriais, resíduos de mineração, descarte inadequado de produtos químicos e lixiviação natural de minerais ricos em cromo.
4. Quais os riscos do cromo para a saúde?
O Cr(VI) é tóxico e carcinogênico, podendo causar danos aos rins, fígado, sistema imunológico e aumentar o risco de câncer. O Cr(III), em excesso, também pode provocar problemas de saúde.
5. Como é feita a análise de cromo na água?
São utilizados métodos laboratoriais como espectrometria de absorção atômica (AAS), ICP-MS e espectrofotometria UV-Vis, com protocolos rigorosos de coleta e preservação de amostras.
6. Por que é importante analisar o cromo na água?
A análise garante a segurança para consumo humano, ajuda no cumprimento das normas legais e previne danos ambientais.
7. Onde realizar a análise de cromo na água?
Em laboratórios especializados e credenciados, que utilizem equipamentos modernos e métodos validados para garantir resultados confiáveis.





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